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Artigo N.º 6420 - MAIS CONVERSÃO
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Postado em: 15/10/10 às 17:36:28 por: James
Categoria: Artigos Site Aarão
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“Buscai ao Senhor, já que Ele Se deixa encontrar; invocai-o, já que Ele está perto. Renuncie o malvado ao seu comportamento e o pecador aos seus projetos. Volte ao Senhor que dele terá piedade e ao nosso Deus que perdoa generosamente. Pois Meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor” (Is 55, 6-8).

 O texto acima, da primeira leitura de ontem, do 25º Domingo do tempo comum, nos traz um forte apelo à conversão. Embora Isaías tenha vivido há mais de 700 anos antes de Cristo e embora este apelo urgente esteja à vista de todos durante milênios, verdade é que bilhões de pessoas, em todo mundo, o ignoram ainda hoje, ou por distanciamento do Evangelho, ou por comodidade, pouco caso e relaxamento. Porém, ele se reveste de uma particular importância neste tempo de agora, de hoje, onde explode a iniqüidade na terra. Falo isto, porque há um gravame neste texto, que muitos ignoram: enquanto Ele se deixa encontrar! Sim, porque o Senhor nosso Deus também diz que, num dia futuro, esconderá de nós a Sua Face. E este dia está próximo!     
 
     Em verdade, o pedido de conversão, e o direito a ela, é estendido a todos, mas são bem poucos os que se apropriam desta graça singular. Digo graça singular, e digo poucos, porque basta um simples olhar para o mundo dos homens e ver-se-á a desolação em meio ao caos, eis que observamos a milhões de incautos caminhando rumo à ruína eterna de suas pobres almas. Quando Nossa Senhora nos diz que hoje, apenas 0,1% dos homens ainda reza e cumpre com fidelidade os preceitos do Senhor e de sua Igreja, isso nos parece indicar uma falência completa de Jesus em seu projeto redentor, e, verdade, não fosse a confiança que nós temos em Sua Palavra quando fala que as portas do inferno não prevalecerão, penso que já poderíamos nos dar por derrotados.
 
     E é isto que muitas vezes acorre na cabeça destes 0,1% dos homens que ainda carrega a chama da fé, pois se vêem perdidos em meio a um mundo ateu e atoa, cada vez mais distanciado dos verdadeiros caminhos de Deus e da sua única e verdadeira Igreja. Ataca-lhes então, um certo desânimo, ao verem ao seu redor suas famílias caindo cada vez mais, atacadas por um número sem conta de situações adversas, tal que muitos tendem a fraquejar, e até a duvidar de que Deus ainda será capaz de reverter esta situação. Porque, sim, somente uma intervenção divina em meio a esta loucura coletiva, para voltar a colocar as coisas em seus devidos lugares.
 
     Nós falamos em conversão, em volta para Deus, mas penso que até aqui existem certas distorções, porque o que parece ser conversão para alguns, quem sabe não o seja para outros. Os protestantes, de um modo geral, se acham convertidos, porque para eles basta aceitar Jesus e já estão salvos. Mas eles esquecem que este aceitar Jesus, significa: pegar sua Cruz de cada dia e segui-lO sem reclamar. Mas eles rejeitam categoricamente a doutrina da Cruz que salva, do sacrifício, da dor, da perseguição, do martírio, vivendo um falso evangelho da prosperidade. Ora, quem vive nestas circunstâncias, não somente está fora do caminho da salvação, como blasfema contra o Evangelho. É então, apenas pela porta da misericórdia que eles entram, porque seu caminhar aqui é pela porta larga.
 
     Também quanto aos católicos – principalmente aos que se dizem ser – acontece a mesma coisa. Em especial durante as últimas décadas, no correr do final do século passado e em especial depois do malfadado Concílio Vaticano II, milhões deles foram tomados de um espírito de maldição, que os levou progressivamente a formar – cada um – a sua própria igreja, entretanto se dizem convertidos e se acham salvos. Melhor, penso que a maioria dos católicos nem mais se preocupa com a salvação, até porque o seu deus passou a ser o dinheiro, até porque grandes levas de eclesiásticos passaram a pregar uma igreja voltada para o social, para apenas saciar a fome de comida dos povos, eis que, pela mesma via dos protestantes, se acham salvos, porque lutam por um reino apenas daqui.
     Que é então esta conversão? Quais são os sinais que acompanham hoje e sempre a um verdadeiro convertido? Como deve ser o comportamento de um convertido, e quais são os desejos que devem mover e arder em seu coração, para que sua cabeça possa descansar em paz, na certeza de estar realmente cumprindo a vontade de Deus, tanto para com Ele, quanto para com Sua Igreja? Vou tentar enumerar alguns pontos, para depois trabalhar com cada um deles. Todo convertido deve ter:
 
1 – Um ardente e insaciável desejo de buscar o eterno, de salvação das almas, da sua em primeiro lugar, depois das de seus familiares, de seus amigos, e de todo mundo.
 
     É preciso compreender que a maior de todas as caridades é exatamente trabalhar pela salvação das almas. Milhões de pessoas imaginam – e pregam isso – que a forma de viver a fé, se expressa na caridade física, que busca prover as necessidades alimentares das pessoas, também suas carências de moradia e de terra para trabalhar. Estas coisas, sim, também são necessárias – pois primárias e todos têm direito a elas – mas o parâmetro entre estas, e a primeira – a caridade que salva as almas – se pode medir na mesma proporção que existe entre a miserável e curta vida nesta terra, e a imensidão da vida eterna. O que é feito para a terra, ficará aqui nesta terra e morrerá com ela; o que é feito para vida eterna, acompanha nossos passos aqui, e depois demandará ao infinito em Deus.
 
     Ó sim, o amor com que se executa uma obra física é um grande indicativo – a medida – pois mais que o prato de comida, mais do que a cesta básica, é o amor com o qual você atende ao irmão necessitado, o que realmente conta. Pois se você der apenas o prato de comida que mata num instante a fome – que depois volta a corroer – se você junto com o alimento físico não procurar dar a este mesmo irmão, aquele alimento espiritual – que mata a fome da alma e a sacia – que salva e que conduz ao eterno, em verdade sua caridade é nula e sem efeito. Ela vale zero para Deus, porque caridade interesseira, de quem se sente justificado, sendo injusto. De quem se sente credor, quando deve e muito.
 
     Resultado: quem não tem, em sua vida, como preocupação maior o salvar as almas, o levar os outros à salvação eterna, não se pode dizer convertido! É antes um cínico!
 
2 – Um grande e abnegado amor pela sua Igreja Católica, trabalhando nela, lutando por ela, se preciso dando a sua vida por ela e pela sua unidade.
 
     Sim, um amor pela sua Igreja Católica! Mas aqui se nos interpõe um óbice. Qual é a verdadeira Igreja que devemos seguir? O primeiro parâmetro de base, que eu indicaria como fiel da balança, seria exatamente observar aquilo que aqui estamos dispondo. Uma igreja que não preze estes itens que estamos aqui explicitando, não é verdadeira nem deve ser seguida. Uma igreja que não busque apenas o reino celeste, que não tenha como meta suprema a salvação, que não fale nem viva os sacramentos, que não fale mais no eterno e deixe de pregar sobre os novíssimos, não é a Igreja que você deve amar. Amar a Igreja não significa jamais fechar os olhos ao erro, mas também não significa arrancar pedaços dela – já tão dilacerada internamente – mas passar bálsamo nas feridas, rezando por ela.
 
     Na verdade, temos uma Igreja hierárquica, constituída sobre um Papa – Pedro – em unidade com cardeais, bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, e religiosas, e um povo que deve caminhar unido rumo à santidade. E nós devemos então, amar e obedecer a esta Igreja, desde que ela nos leve, e caminhe conosco rumo ao Céu. E nosso amor a esta Igreja se deve manifestar em especial, rezando pela mesma parte desta grande Igreja Universal – Católica – que não mais vive os sacramentos, a unidade verdadeira, o Catecismo, os dogmas, a oração, as indulgências, o Rosário, as adorações ao Santíssimo e a tudo aquilo, de divino e sagrado que através dos milênios nosso Magistério ensinou e definiu como sendo a verdade. Rezando, também e principalmente, porque aquela parte da Igreja que não mais obedece ao Papa nem liga mais para seus preciosos ensinamentos.
 
     Constatação: só se pode dizer convertido, quem ama a Igreja fiel ao Papa, quem segue as determinações dele através do Catecismo da Igreja, e não quem segue esta igreja morta que busca o mundo, com suas inumeráveis pastorais inócuas, seus grupos de reflexão ao invés de Grupos de Oração, com suas incontáveis e intermináveis reuniões onde até a política partidária tem lugar. Uma Igreja que não vive ao redor do Sacrário, mas nas periferias das cidades, e nos acampamentos de sem terra. Não se deve seguir aos maus, nem aos seus maus ensinamentos. Se precisássemos pregar programas sociais, não precisaríamos de belas igrejas e púlpitos, e sim simples palanques em praça pública. Para falar em partidos PTs, precisaríamos apenas de palanques. Porque se Jesus quisesse uma entidade política e assistencialista, criaria uma fundação, não uma Igreja! 
 
3 – Um ardente e profundo sentido de oração, que se manifesta numa grande capacidade e disponibilidade para rezar, mantendo-se assim unidos o mais possível com Deus.
 
     Sem oração, não existe conversão. Nos dias de hoje, onde uma pessoa não reserve pelo menos uma ou duas horas para Deus, não há como se entender quites diante Dele. Mesmo neste mundo de correrias, de busca frenética pelo dinheiro, pelo ser e pelo poder, ainda assim é possível – e absolutamente necessário – reservar um espaço exclusivo para a oração. Milhares de pessoas são hoje acordadas por seus anjos, de madrugada e pensam que é insônia. E vivem a tomar medicamentos para dormir, quando na verdade esta  é a sineta de Deus, chamando os fiéis para a oração. E, não se preocupem, quem usar este tempo para rezar, não sentirá falta depois, durante o dia.
 
     Em especial, quando falamos em oração, devemos lembrar que Deus nos pede hoje a oração em família. O Rosário, o terço rezado em família. Que os pais rezem juntos, pelo menos, e nunca deixem de convidar seus filhos mesmo que sejam rebeldes, porque “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”. Além disso, se convidados, os anjos deles vêm rezar juntos e a graça também acontece; sem convite eles não rezam. Como a Mãe nos disse: O mundo se converterá, apenas se os jovens se converterem. Mas os jovens só se converterão, se os pais rezarem por eles. Um dos “truques” é fazer da vida uma oração, não se quer dizer rezar o dia inteiro, mas fazer do próprio trabalho contínua prece.
 
      Constatação: se uma pessoa não conseguir tirar de seu tempo diário, pelo menos uma hora inteira para voltar-se totalmente a Deus, se arrumar desculpas para se furtar a isto, ela não se pode dizer convertida. Isso porque ela estará sendo envolvida em atividades sem sentido, e desta forma o demônio a ilude para mantê-la afastada da conversão.
 
4 – Um ardoroso sentimento de defesa da verdade, não da verdade particular, mas da verdade de Jesus, da Igreja verdadeira e de sua sã Doutrina expressa no Catecismo.
 
       Quem não reza, quem não é humilde, quem não se verga diante de Deus, jamais conseguirá ter discernimento suficiente para entender a verdade. O Espírito Santo foge do orgulho. Em verdade, durante as últimas décadas, a maioria dos seminários e escolas de formação catequética, assumiram a tese de que basta um título de doutor em teologia, ou um simples curso de teologia, para fazer do titular um depositário da fé. Muitos acham que a Igreja precisa de doutores e os santos são dispensáveis, quem sabe obsoletos. Mas quem leva uma vida humilde, de oração e de escuta, adquire este conhecimento da verdade, e com certeza entenderá que precisa seguir os ensinamentos da santa Igreja, e não se deixará levar por ventos de falsas doutrinas, nem por escândalos teológicos. 
 
     Como acima já mencionamos, é preciso humildade para entender isto. Humildade, porém, não significa curvar-se diante do erro, aceitar a heresia e viver a falsidade. Maria foi a mais humilde das almas criadas, mas ela jamais contemporizou com a mentira. Por isso, ela também jamais caiu em erro. Um erro grave de muitos – porque não mais se pautam pelas luzes do Espírito Santo – consiste em achar que é melhor cair com a Igreja, que se salvar sem ela. Esta frase é fruto de uma moléstia espiritual gravíssima, pois se firma na inércia dos quem vivem as vidas sem oração, estes, mais próximos do que nunca de renegarem a própria fé.
 
     Constatação: Isso se chama covardia espiritual! Isto implica em morte da fé! Isso conduz ao sepultamento da doutrina verdadeira, e a morte da Igreja.
 
5 – Um amor profundo pelos Sacramentos instituídos por Jesus, como caminhos de salvação e fontes maravilhosas, de infindáveis graças.
 
     Os sacramentos são os únicos caminhos que levam à salvação. Ninguém se salva sem eles. Mas estes mesmos Sacramentos, não devem ser administrados – nem vividos – de forma superficial. Em verdade, penso que hoje, mais são administrados sacramentos sacrílegos, que de salutar efeito. Isso porque, ou aquele que os administra não está em estado de graça devida, ou o faz com pouco caso e reverência, quando não com intencional e maligno desejo de mal administrar; o faz por dinheiro por exemplo. O Batismo é uma condição “sine qua non” para a salvação, entretanto ele somente produz efeitos plenos, se administrado e vivido na unidade entre a Igreja que acolhe, o ministrante que entende este mistério, e os pais e padrinhos que o vivem. Senão, embora válido, é simulacro. É de um mau Batismo, que começa a existir um mau católico.
 
     Outros dois sacramentos, a Confissão e a Eucaristia, são caminhos da mais perfeita claridade rumo à pátria celeste. Toda profunda conversão começa com uma perfeita confissão, com perfeito arrependimento, com firme propósito de emenda, com pedido de perdão aos irmãos prejudicados, e também a humilde Confissão sacramental a um padre. Sem isso não se pode falar em conversão. E esta conversão se refletirá de imediato por um grande e arrebatador desejo pela Santa Eucaristia, mistério de um alimento eterno – pois o Corpo de um Deus vivo – caminho perfeito da salvação de muitos. A Santa Missa deve ser, pois, o fulcro central na vida de um convertido. Sem ela, tudo o mais é vão!
 
     Conclusão: quem desrespeita os sacramentos, quem os recebe ou aplica de uma forma sacrílega, jamais se poderá dizer verdadeiro convertido, e sua vida espiritual é uma farsa.
 
6 – Um grande amor filial pela humilde Maria Santíssima, Mãe de Deus e Mãe nossa, também um amor pelos santos e santas, seguindo seus exemplos de vida e santidade.
 
     Exemplo de amor, nos vem de Maria e dos grandes santos da Igreja. Sem humildade não há como chegar perto de Deus. Quando alguém se acha quites com Deus, e imagina que já faz demais pela Igreja e pelos irmãos – e por isso digno de louvores – de fato é porque seu orgulho cegou-o e a consolação do mundo é sua paga. Humildade significa aceitar a verdade da Igreja, a verdade de Deus, não a própria visão e conceito de verdade. A falsa Igreja está cheia destes que se sentem justos, quando de microfone em punho.
 
     Maria é certamente o grande caminho para chegar em Jesus. Porque Jesus falou bem claro que Seu caminho é da Cruz, da dificuldade, do sofrimento e da oração, pois isso tudo Ele mesmo nos deixou como exemplos. Maria é então, a mediadora, a que alivia esta Cruz – pelas graças infinitas de que Ela é possuidora – Ela a “onipotência suplicante”, cujo exemplo de humildade e fé devem estar continuamente diante de nossos olhos. Para viver esta Maria conforme Jesus o quer, somente pela oração. E aqui entra a Oração do Rosário em família, como arma que nós poderemos colocar nas mãos DELA. Estas armas abrem nossos caminhos, pois arrasam as hostes inimigas.
 
     Constatação: Quem acha que tem Jesus, sem ter Maria, na verdade não tem nenhum dos dois. Para estes o céu fica bem mais difícil de ser alcançado, senão impossível, quando o amor devido à Mãe de Deus se transforma em ódio. Só quem ama a Maria de verdade, conseguirá amar Jesus em plenitude.
 
7 – Um profundo respeito e amor pela Cruz, falo da cruz de cada dia, levada sem qualquer reclamação em nosso Calvário particular, como forma de santificação e salvação eterna.
 
     Quem rejeita a sua pequena cruz diária, quem renega as dores e sofrimentos, quem troca sua pequena dorzinha por doses crescentes de analgésicos, quem transfere para outros o peso maior de seu fardo, jamais conseguirá trilhar a via dos santos. A conversão e a Cruz são elementos análogos, um intrinsecamente ligado ao outro e de forma tal a formar quase uma coisa só. Na verdade, a estrada do mundo é marcada por multidões de cruzes abandonadas à beira do caminho, que choram ali por causa de seus donos. Por que tantas pessoas sofrem tanto? Porque milhões de outros empilham suas cruzes sobre elas.  
 
     Verdade: quem não carrega sua cruz, sem reclamar, não pode dizer que segue a Jesus!
 
8 – Um grande respeito e apego aos sacramentais da Igreja, aos objetos de culto e de veneração, fazendo uso destes perfeitos auxiliares na caminhada rumo ao Céu.
 
     Os sacramentais, os objetos de culto e veneração, na realidade são preciosas escoras – como cajados – que nos auxiliam na íngreme subida ao Céu. Todos aqueles que se privam destes auxiliares – os que acham que têm Jesus e não precisam da mais nada – na realidade claudicam e mancam o tempo inteiro, mais se arrastam que avançam. Estes sacramentais, além disso, são poderosos aliados no combate às trevas, que fogem de onde existe uma bênção, como água benta, crucifixos, imagens de santos e medalhas.
 
     Constatação: sem o uso de sacramentais, como amor e devoção, nos tornamos presas mais fáceis do inimigo, e portanto, galgamos o caminho do Céu com mais dificuldade.
 
9 – Um desejo ardente de ser santo, uma coragem virtuosa de viver a santidade, mesmo que em meio a um mundo que apodrece, um mundo que odeia os santos.
 
     Eis aqui um objetivo essencial e inarredável. A santidade depende não somente de uma graça divina, mas antes de tudo de uma disposição pessoal e interna. Quem não quer ser santo, não almeja a ascensão em graça e santidade, e não busca isso com eficaz tenacidade, jamais poderá se dizer um convertido. Quem se diz assim e não deseja ser santo é um mascarado. Sua pretensa conversão é de fachada e para enganar. Mas este desejo de santidade, não pode ser demonstrado por gestos exteriores de piedade, porque este farisaico comportamento já não engana nem mais aos homens, quanto mais a Deus. A santidade perfeita, requer viver e pregar o Evangelho com a própria vida. É dando um testemunho de fé diante dos homens, que me torno digno depois do testemunho de Jesus diante do Pai Celeste.
 
     Certeza: Se todos os homens buscassem pregar o Evangelho do seu testemunho de vida, o mundo já teria se transformado na Jerusalém celeste, Deus entre os homens.
 
10 – Um grande desprendimento das coisas do mundo, um desapego completo dos bens físicos, do dinheiro, da riqueza, também do poder e da fama, coisas que ficam aqui.
 
     Este item, quem sabe, deveria ser o segundo, por ordem. Diz-se que somente pode ser considerado convertido, quem demonstra isso convertendo seu próprio bolso. Porque esta conversão do próprio bolso, na realidade implica não somente no desprendimento das coisas e bens deste mundo, mas também no despender estes bens – bem adquiridos – na evangelização dos outros. Este exemplo, eu dou de todos aqueles que nos pedem os livros e que os levam totalmente gratuitos aos outros. Fazem isso generosamente, sem esperar a recompensa dos homens, e tantos o fazem até mesmo à custa de sacrifícios quanto aquilo de que necessitam. Falo de pessoas, para as quais uma quantia de 10 reais é fortuna.
 
     Em verdade, nenhuma pessoa que esteja ainda apegada aos bens deste mundo, se pode dizer efetivamente convertida. Não somente na parte de dinheiro em si, mas também quanto ao crescer em estudos, em ambições de poder e de ser. Tudo isso pode – e até deve – seguir seu curso de ordem e normalidade, porque Jesus, quando vier, não quer encontrar ninguém parado, sonhando à beira do caminho. Mas tudo deve ser conduzido de uma forma tal que, que se amanhã Deus nos reclamar todos nossos bens – falo em tudo mesmo, sem deixar um só tostão no bolso, quem sabe até sem bolso – devemos estar num estado tal que isso não nos fará sequer pestanejar, quanto mais chorar uma lágrima que seja. Mesmo que isso tudo nos tenha custado uma vida inteira de sacrifícios e lutas.
 
     Porque nossa pátria é o Céu. Nós somos cidadãos do Reino, e não desta pobre mazela em que mudamos o paraíso inicial que o Bom Deus nos deixou. E no paraíso, não há bens pessoais, nem posses, nem necessidade de armazenamento para o futuro, eis que a riqueza e o poder se tornam absolutamente desnecessários ali. E então, todos terão de tudo, em quantia além do necessário, quem empilhar com usura apenas acumulará para os vermes se fartarem. Eis porque devemos acumular apenas as graças, porque são elas que nos conduzirão à santidade, e virão como fruto de uma conversão real e profunda.
 
     No último cenáculo, numa pequena colocação que o Cláudio fez ao grupo, ele nos deu uma indicação que pode ser útil a todos. Conta ele que há muitos anos atrás, em um tempo de profunda meditação, percorreu toda a sua vida passada e escreveu numa tira de papel, todos os seus pecados, suas deficiências, suas falhas, suas faltas de amor e de caridade, enfim, tudo aquilo que ele fazia de errado. E até nem teve a preocupação de esconder isso dos outros, tornando público o seu estado de ser. Mas havia um propósito por trás disso: procurar eliminar, uma a uma, todas aquelas deficiências, lutar para que todas aquelas tendências para o mal, fossem arrancadas de sua alma, até às raízes. Disse ele que ainda não chegou ao fim da lista, mas certamente esta é uma salutar medida.
 
     Que tal a gente fazer a mesma coisa, uma por uma, ir eliminando nossas faltas? Uns acham que isso é impossível, principalmente que, depois de velho, não se pode mais combater com eficiência algo que já se tornou normal em nossa vida, embora um erro. Nada mais falacioso que este pensamento. Sim, é possível a cada um mudar de vida, mesmo já sendo centenário em anos, até porque Deus jamais permite ao homem uma tentação maior que a sua própria capacidade de vencer tal desafio. E afinal, não temos outra alternativa: ou buscamos a santidade e a conversão, ou  mundo nos engolirá.
 
     E como Isaías – que apontamos no início – nos traz um apelo à conversão, também Sofonias grita em quase desespero e também esta palavra é sufocada ainda, embora os milênios de alertas, sinais e avisos. “Curvai-vos, gente sem pudor, antes que nasça a sentença e o dia passe como a palha; antes que caia sobre vós o dia da indignação do Senhor. Buscai ao Senhor, vós todos, os humildes da terra. Que observais sua Lei. Buscai a Justiça e a humildade: talvez assim estareis ao abrigo, no dia da cólera do Senhor” (2, 1-3).
 
     Este dia da cólera do Senhor, tão anunciado e delineado pelos profetas, está hoje nítido diante de nossos olhos; é iminente, entretanto bem poucos observam os sinais que os mesmos profetas anunciaram, como indicadores de sua proximidade. E como o profeta diz, rasgai vossos corações, não as vestes. Talvez assim se mude o coração de nosso Deus, e Ele transformará em bênção a sentença destinada aos rebeldes. E ao invés de retirar de nós a Sua Face, quem sabe nos leve a todos nos braços, e incólumes?
 
     Busquemos a Deus: felizmente Ele ainda Se deixa encontrar! (Arnaldo)


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