A Igreja Matriz de Biguaçu, na Grande Florianópolis, no Estado de Santa Catarina, esteve em festa para comemorar o retorno da imagem de São Miguel Arcanjo, que estava desaparecida há 33 anos. Ela tinha sido roubada da Igreja de São Miguel, na cidade catarinense, em maio de 1979, foi reencontrada em dezembro do ano passado e estava sob a proteção da Polícia Federal, em sua sede no Rio de Janeiro.

A imagem, com um metro de altura e feita de madeira policromada no século XVIII, foi recuperada depois de uma denúncia do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN). Ela foi apreendida em uma loja especializada em leilões de objetos de arte, em um shopping na Zona Sul do Rio de Janeiro, e estava a venda por 700 mil reais. O dono do antiquário alegou à polícia que comprou a obra em São Paulo e que desconhecia o fato dela ser roubada.

No dia oficial da volta da imagem para Biguaçu os sinos da Igreja Matriz da cidade anunciaram o início da celebração eucarística, presidida pelo Padre José Luiz de Sousa. Os badalos eram o aviso da entrada da imagem no templo. A Igreja tem mais de dois séculos e é tombada como patrimônio histórico nacional. A imagem ficará exposta na Igreja Matriz, sob proteção, até a Igreja de São Miguel passe por reforma e ofereça maior segurança.

O IPHAN planeja a instalação de um sistema de segurança para que a imagem seja abrigada na sua localidade de origem.

Igreja de São Miguel Arcanjo

A Igreja de São Miguel foi inaugurada em 23 de janeiro de 1751. No ano de 1798, foi demolida a antiga igreja, que estava em ruínas, e construída em seu lugar outra com tijolos, em estilo tipicamente luso-brasileira. Além de se tratar de um belíssimo exemplar da arquitetura açoriana, possui ainda os sinos doados pelo Imperador Dom Pedro II por ocasião de sua visita a Santa Catarina em 1845. O imperador não pisou em São Miguel devido ao mau tempo no dia previsto para a visita, mas fez a doação enquanto se encontrava em solo catarinense.

Recuperação da Igreja

Representantes da prefeitura municipal de Biguaçu, acompanhados do Padre José Luiz Sousa, estão buscando alternativas para a restauração do edifício. A urgência em se reparar esse patrimônio histórico de Santa Catarina deve-se, principalmente, ao desejo da comunidade em receber de volta ao seu local de origem a imagem do Arcanjo São Miguel. Por se tratar de um patrimônio histórico não se pode simplesmente contratar uma empresa para fazer a obra. É preciso um estudo detalhado e a participação do Governo do Estado e do Ministério da Cultura.

Os principais problemas que o templo apresenta são: o assoalho que necessita ser lixado e envernizado; algumas tábuas soltas; infiltrações nas paredes; o telhado com cupins e as telhas se desmanchando. Ainda nesta reforma será necessária a instalação do vídeo-monitoramento, exigência da Policia Federal para devolver a imagem a um local seguro.

Fonte: http://reporterdecristo.com/apos-33-anos-imagem-roubada-de-sao-miguel-arcanjo-e-devolvida/