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Artigo N.º 8649 - Personalidades Satânicas (Parte 4)
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Postado em: 07/09/11 às 07:42:58 por: James
Categoria: Obras Malignas
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Para grande parte dos ocultistas modernos, Eliphas Levi é um dos mestres do renascimento da magia pelo qual o mundo passou a partir do século 19. Seus livros são chaves que servem aos adeptos e iniciados para abrir portas, a partir das quais se pode acessar o mundo espiritual demoníaco, principalmente para os que já utilizam a kabbalah.

Obras:

Dogma e Ritual da Alta Magia;
História da Magia;
A Chave dos Grandes Mistérios;
A Ciência dos Espíritos;
As Origens da Cabala;
Os Mistérios da Cabala;
Curso de Filosofia Oculta;
Fábulas e Símbolos;
O Livro dos Sábios;
O Grande Arcano;
Os paradoxos da Sabedoria Oculta;
O livro das Lágrimas ou Cristo Consolador.


Eliphas Levi Zahed é tradução hebraica de Alphonse Louis Constant, abade francês, nascido no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris. Era filho de um modesto sapateiro, Jean Joseph Constant e de Jeanne-Agnès Beaupurt, de afazeres domésticos. Sua irmã Paulina-Louise era quatro anos mais velha que ele. Como desde menino Eliphas demonstrava uma clara aptidão para o desenho, seus pais acharam por bem direcioná-lo para o ensinamento religioso.

Aos dez anos de idade, ingressou no presbitério da Igreja de Saint-Louis em L´Île, onde aprendeu o catecismo com o abade Hubault. Devido ao seu brilhantismo e dedicação ao sacerdócio, foi encaminhado ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, e começou a se aprofundar nos estudos lingüísticos de forma tão notável que logo lia a Bíblia em sua versão original. Em 1830, foi cursar filosofia no seminário de Issy. Mais tarde, ingressou em Saint-Sulpice para estudar teologia.

Terminado o curso de teologia, Eliphas ascendeu na hierarquia da Igreja e foi aceito nas ordens maiores, ordenando-se subdiácono. Começou a lecionar em um colégio para moças e, seguindo com dedicação a carreira eclesiástica e seus estudos religiosos, escreveu uma peça bíblica (Nimrod) e vários poemas religiosos que projetaram sua imagem dentro da Igreja.

Contudo, o jovem Alphonse conheceu uma jovem, pobre, tímida e retraída que os outros padres haviam se recusado a atender e preparar para a comunhão. Ele aceitou a tarefa e foi tomado por um forte sentimento: Alphonse disse que havia encontrado nela as qualidades da Virgem, e ficou tão impressionado que a visão dessa jovem o marcou pelo resto da vida.

Em 1835, Eliphas Levi foi ordenado diácono, mas em 1836, quando estava para atingir o cargo de sacerdote, confessou ao seu superior o que havia sentido com relação à jovem, anos antes. Desse momento em diante, as portas da carreira eclesiástica se fecharam brutalmente para ele, o que lhe causou uma grande consternação e abalou sua visão de Deus e do mundo religioso.

Assim, com a idade de vinte e seis anos, deixou o seminário e deu início à sua jornada no mundo exterior. Mas a tragédia apenas começara: ao saber do ocorrido, sua mãe se suicidou. Mais uma vez, ficou profundamente abalado, e o evento foi agravado pelos boatos que começaram a circular a respeito dos eventos no seminário, denegrindo sua imagem: dizia-se que ele havia sido expulso por se envolver com a jovem, o que era uma mentira estimulada pelos inimigos de Eliphas no clero.
Ele percorreu grande parte da França, trabalhou algum tempo num circo e, em Paris, trabalhou como pintor e jornalista, atividades que o levaram a conhecer um grande número de intelectuais e estudiosos.


O Retorno ao Caminho

Apesar de tudo, o jovem Alphonse não perdera a inclinação para a vida religiosa. Em 1839, ele encontrou um local no qual entraria em contato com o oculto e as leituras consideradas proibidas e perigosas para os cristãos. Na cidade de Solesmes, havia um convento dirigido por um abade que não seguia as regras oficiais da Igreja e que tinha em seu acervo de documentos grande e uma enorme quantidade de livros e textos gnósticos, muitos deles ligados à magia e aos seres de outros planos. De imediato, isso chamou a atenção de Eliphas que, estimulado pelos acontecimentos em sua vida, procurava entender as relações entre Deus, o homem, o pecado e o inferno, como seria de se esperar de um Neófito.

A biblioteca do convento tinha milhares de volumes, que eram devorados pelo jovem com afinco. Lia os mais diversos autores em busca das respostas e, um dia, ele chegou a uma conclusão surpreendente acerca da natureza de Deus: para ele, o Mal não poderia durar para sempre, pois isso iria contra a própria natureza infinita de Deus. Como poderia o Mal ser infinito como o próprio Deus? Isso levaria à conclusão de que o próprio Deus seria o Mal. Daí, ele conclui que todos os homens poderiam ser salvos; afinal, o Mal e o pecado poderiam ser vencidos pela fé e pelo conhecimento de Deus. Tal visão iria nortear sua vida dali por diante.

Com essa descoberta em mente, Eliphas partiu novamente, sem rumo, e sempre perseguido pelo clero, que continuava espalhando mentiras e maledicências sobre ele e os eventos que o levaram a abandonar a vida eclesiástica. Levi teve uma vida itinerante, sem se fixar em emprego algum, e começou a escrever e divulgar suas descobertas místicas, que iam diretamente contra as idéias oficiais da Igreja. Também entrou em contato com os escritos do místico sueco Emmanuel Swedenborg (1688 – 1772), que Levi dizia serem capazes de conduzir o neófito pelo caminho real.

Depois da publicação de sua Bíblia da Liberdade, Levi foi preso e teve de pagar uma multa considerável para a época. Ao sair da prisão, procurou conhecer as obras dos grandes magos da Idade Média, como Guillaume PosteI, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa. Em 1845, aos trinta e cinco anos de idade, escreveu O Livro das Lágrimas, ou O Cristo Consolador, e aprofundou-se ainda mais nas técnicas que envolviam a magia cerimonial e os contatos com as forças dos planos espirituais. Mas sua vida ainda iria sofrer mais uma série de reveses, tomando-se um labirinto que o levaria novamente à prisão. Tudo teve início em 1846, quando ele se casou com Marie Noémie Cadiot, com quem ficou durante sete anos. Instigado pela mulher, escreveu panfletos políticos incitando o povo contra o governo e a ordem vigente. Foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de mil francos de multa, acusado de estimular o povo ao ódio e ao desprezo do governo imperial; cumpriu seis meses da pena, graças à interferência de Noémie junto ao governo.

Em 1847, sua esposa deu à luz uma menina, a quem Eliphas adorava. Era uma criança muito doente e, por várias vezes, esteve próxima da morte.
Numa dessas ocasiões, ele usou seu conhecimento dos sacramentos e das artes mágicas e dizem que ele “reviveu” a menina, numa cerimônia semelhante ao batismo cristão. Mas ela tinha a saúde frágil demais e, para desespero do pai, não resistiu, falecendo em 1854. Essa perda o marcou profundamente e influenciou a forma como seu casamento se desenrolou nos anos seguintes.

 



O Chamado da Senda

Os estudos ocultistas de Eliphas Levi começaram no mosteiro, mas sua iniciação é envolta em mistérios e informações desencontradas.

Sabe-se que ele colaborou e foi amigo do iniciador do famoso mago Papus. No entanto, tudo leva a crer que o ocultista Hoene Wronski tenha sido o introdutor de Eliphas na Senda, ou Caminho.

Quando Wronski faleceu em 1853, deixou para Eliphas um conjunto de manuscritos, enquanto outros foram doados à Biblioteca Nacional de Paris. Relatos de várias pessoas na época falam sobre a inquietação que o acometeu ao receber as obras de Wronski, como se algo estivesse próximo a acontecer.

Em seguida, Levi foi para Londres, onde teve contato com vários ocultistas que queriam ver os prodígios e milagres que ele era capaz de realizar. Aparentemente, esses praticantes viam na magia mais um circo do que um caminho para o ocultismo. Isso fez com que Eliphas rapidamente se afastasse deles e tomasse a decisão de se aplicar ao estudo da Alta Cabala, dedicação que renderia frutos, uma vez que lhe abririam ainda mais sua percepção mágica.

Nessa época, ele encontrou o que se chama de Grande Adepto (uma pessoa que atingiu um dos Grandes Graus dentro das Ordens da Senda Real e da “realização” espiritual), que se tomaria seu grande amigo: Bulwer Lytton, autor de Zanoni – considerado o grande romance esotérico do mundo no século 19 – Os Últimos Dias de Pompéia, A Raça Futura, e outros clássicos da literatura ocultista. Os dois Mestres teriam trocado informações iniciáticas sobre as sociedades ocultistas, das quais certamente eram os grandes expoentes. Inclusive, consta que teriam realizado trabalhos espirituais em conjunto, indo desde invocações a contatos com espíritos. As anotações que comprovam esses fatos foram parar nas mãos de Papus, e publicadas posteriormente.

Nesse material, existem registros sobre três visões de Levi e Lytton: de São João, de Jesus e de Apolônio de Tiana (na qual Apolônio é descrito como um velho). Nessas invocações e visões, teriam entrado em contato com “forças” que Ihes revelaram os mistérios dos Sete Selos do Apocalipse – que seria a base para a compreensão da Cabala Mágica.

Conheceram eventos futuros sobre a vida de ambos e sobre a humanidade; conheceram a Magia Celeste, como o contato com a hoste angelical; souberam as chaves dos milagres e de todos os prodígios mágicos; e, parte mais difícil da busca mágica, como manter e honrar os saberes conquistados na Senda.

Ainda em Londres, a situação matrimonial de Eliphas Levi se degradou a um ponto sem retorno, e ele se separou de Noémie. Retornando a Paris, iniciou uma nova e fascinante etapa em sua vida, longe das agitações que marcaram a fase anterior – embora ainda retomasse ao cárcere por escrever contra o imperador Napoleão IV -, e voltou a se dedicar ao mundo dos estudos e das descobertas mágicas.

Em 1855, ele começou a publicar a Revista Filosófica e Religiosa, e vários artigos seriam posteriormente utilizados em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios. Nesse mesmo ano, publicou sua obra mais conhecida: Dogma e Ritual da Alta Magia, na qual desvenda as várias faces do saber mágico.

Em 1859, publicou História da Magia, em que relata o desenvolvimento do saber mágico ao longo da história, e que compõe, com os dois livros anteriores, o conjunto de livros ocultistas tidos como uma “bíblia” por seus discípulos e por todos os que vieram a estudá-los posteriormente.
Um Encontro Misterioso

Eliphas Levi estava sempre cercado por grande número de amigos e discípulos e muitos estavam ligados às várias linhas mágicas e sociedades esotéricas que existiam na Europa do século 19. Alguns deles seriam considerados a elite cultural parisiense e do pensamento místico da época.

Em 1862, publicou aquela que, segundo ele próprio, era sua obra mais elaborada: Fábulas e Símbolos. Consta que o livro não contou apenas com a erudição de Levi, mas que ele estava inspirado por “forças maiores”, que um grande “espírito de luz” entrou em contato com sua alma.

Segundo explicou posteriormente, ele sabia de antemão o resultado final do livro, o que seria escrito, pois tal “espírito” apresentava o trabalho em sua mente, mostrando como a obra seria realizada. As idéias, disse, simplesmente nasciam, parecendo que a própria “Vontade Divina” agia, movendo suas mãos. Ele se sentia em extrema comunhão com a “luz” que envolvia seu trabalho. Todavia, quando tudo transcorria calmamente, uma visita mudou a pacata vida de Eliphas Levi.

Suas obras eram conhecidas no mundo todo, e não havia ocultista que não quisesse conhecer o autor. Um dia, surgiu um jovem que bateu sete vezes à sua porta. Era um rapaz bem vestido, com um leve sorriso no rosto e que, em tom jocoso, cumprimentou Eliphas formalmente, entrando em sua casa como se fosse sua própria.

Eliphas ficou estupefato e, prontamente, procurou descobrir quem era aquela pessoa, que não se deixou afetar pela pergunta. O jovem disse ao estudioso que, embora não o conhecesse, ele sabia tudo sobre sua vida, tanto seu passado quanto seu futuro, e descreveu vários eventos, citando corretamente o ano em que se deram. Até aí, nada de extraordinário; afinal, uma pesquisa da vida de Eliphas teria fornecido esses dados ao jovem.

Continuando, o rapaz descreveu os eventos que ocorreram na Inglaterra, as pesquisas de Eliphas e ainda disse que o Apolônio de Tiana que Levi havia visto nada mais era do que a visão do próprio Levi (como um duplo etérico, representando o operador). Ainda sem parar de falar, diante de um Levi paralisado, vaticinou que ele poderia falecer devido a um acidente, em 1875, mas que se tudo corresse corretamente naquele ano, ele viveria apenas até 1885.

Dito isso, riu-se e incitou Levi com ambições e alusões à sua grande capacidade mágica e erudição. Além disso, durante todo o tempo, mostrou desprezo pela figura de Cristo e igualou sua própria figura à de Deus.

Perguntado quem era, finalmente disse ser ninguém menos que o próprio Deus e Satã, lembrando que Eliphas, anos antes, havia negado a existência dele. Dito isso, partiu sem deixar quaisquer vestígios que pudessem negar ou comprovar sua história.

Em 1865, com a publicação do livro Ciência dos Espíritos, a reputação de Eliphas Levi atingiu seu clímax, consolidando ainda mais o seu nome entre os grandes ocultistas de seu tempo.

E, como havia sido predito pelo jovem, em 31 de maio de 1875, Eliphas Levi faleceu. Sua morte transcorreu sem agitações. Deixou poucos bens materiais, pois sempre viveu como um humilde. Em seu testamento, deixou apenas manuscritos e algumas obras de arte em nome de pessoas próximas, e também algo para a caridade.


Eliphas e Baphomet

A palavra “Baphomet” em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos cabalistas judeus), obtem-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que se soletra Sophia, palavra grega para Sabedoria.

O símbolo do Baphomet é fálico, haja vista que em uma de suas representações há a presença literal do falo, devidamente inserido em um vaso (símbolo claro da vulva). O Baphomet de Levi possui mamas de mulher, e o pênis é metaforicamente representado por um caduceu (símbolo de Mercúrio, usado hoje na Medicina). Esse tipo de simbologia sexual aparece com frenquencia na alquimia, (o coito do rei e da rainha). com o qual o ocultismo tem muito relação, semelhante as simbologias do Sol e a lua, ou o sol e Venus. Venus é a estrela matutina e vespertina, ao qual faz alusão a Phosforus, Lúcifer ou o portador da Luz

 

Baphomet de Eliphas

Pode ser interpretado em seu aspecto metafísico, no qual pode representar o espírito divino que “ligou o céu e a terra”, tema recorrente na literatura esotérica. Isso pode ser visto no Baphomet de Eliphas Levi, que aponta com um braço para cima e com o outro para baixo (em uma posição muito semelhante a representações de Shiva na Índia). No ocultismo, isso representaria o conceito que diz:

Assim é em cima, como é embaixo”.


Toda intenção que não se manifesta por atos é uma intenção vã, e a palavra que a exprime é uma palavra ociosa. É a ação que prova a vida, e é também a ação que prova e demonstra a vontade. Por isso está escrito nos livros simbólicos e sagrados que os homens serão julgados, não conforme seus pensamentos e suas idéias, mas segundo suas obras. Para ser é preciso fazer…” Eliphas Levi – Dogma e Ritual da Alta Magia

A ilustração mais famosa Eliphas Levi sobre Baphomet, que muitos conhecem, seja de cartas de Tarot, como o demônio, seja como símbolo ocultista, é esta: “Figura panteística e mágica do absoluto”. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas, para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu.

O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito, devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim, só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana que, colocado assim, embaixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina”.

Esse panteu deve ter por assento um cubo e, para estrado, uma bola e um escabelo triangular. É uma boa representação; no entanto, peca historicamente e não deve ser tomado como “verdadeiro” Baphomet, pois essa figura é muito parecida com a curiosa representação do Diabo, esculpida alguns anos antes da sua “tese”, em 1842, no pórtico da igreja de Saint-Merri, em Paris.

Lady Gaga / Baphomet

Spectrum, ordem ocultista renomada, nos dá alguns esclarecimentos: “…Em meio às diversas polêmicas que compõem o tema do satanismo, alguns pontos não ficam totalmente esclarecidos. Por exemplo, a representação de uma cabra com corpo humano encontrada nos cultos do satanismo religioso é denominada Baphomet, que já era conhecida desde os tempos pré-cristãos. Portanto, não possui nenhuma relação com o demônio conhecido no cristianismo. Para os satanistas, Baphomet é uma energia da natureza que os motiva a conseguir nossos objetivos. Nesse caso, a cabra com corpo humano e asas simboliza força, fertilidade e liberdade, características muito valorizadas pelos povos pagãos.

Os chifres duplos simbolizavam a natureza bipolar da força que era tanto boa quanto má, luz e escuridão, beleza e terror, positivo e negativo. Ainda mais, a imagem do Deus Cornudo dava uma impressão da espantosa e temível natureza desse tipo de poder.

Helena Blavatsky, famosa ocultista do século XIX, relaciona Baphomet a Azazel, o bode expiatório do deserto, de acordo com a Bíblia Cristã, cujo sentido original – segundo a célebre ocultista russa – foi deploravelmente deturpado pelos tradutores das Sagradas Escrituras. Ela ainda explica que Azazel vem da união das palavras Azaz e El, cujo significado assume a forma de um interessante “Deus da Vitória”. Não obstante a essa definição, Blavatsky vai além em seus preceitos, quando equipara Baphomet – O Bode Andrógino de Mendes – ao puro Akasha, a Primeira Matéria da Obra Magna.

O Akasha é o princípio original, o espaço cósmico, o éter dos antigos, o quinto elemento cósmico. Ele é o substrato espiritual do Prakriti diferenciado. Segundo a Teosofia, ele está relacionado a uma força chamada Kundalini. Eliphas Levi o chamou de Luz Astral. Na Filosofia Hindu é um lugar, o elemento éter. Também significa ar, atmosfera, luz. Designa o espaço sutil onde estão armazenados todos os conhecimentos e feitos humanos, desde os primórdios.

Ao longo das obras de Crowley, são fartas as referências a Baphomet, chamado por ele de “Mistério dos Mistérios”, no cânone central de sua religião, composto na forma de um missal denominado Liber XV – A Missa Gnóstica. Tal era sua identificação com Baphomet, que esse nome foi adotado como um de seus mais importantes pseudônimos, ou motes mágicos.

Tanto em cima, quanto embaixo / Assim na terra como nos céus.”

O assunto é tão relevante que nos Rituais de Iniciação da Ordo Templi Orientis, uma das Ordens lideradas por Crowley, praticamente todas as consagrações são feitas em nome de Baphomet, não importando se os consagrados estejam conscientes ou não a respeito do sentido de tal ato e muito menos de suas implicações futuras. Tamanha é a proeminência do conceito implícito ao termo Baphomet que a palavra é declarada como aquela que comporta os Oito Pilares (as oito letras que formam a palavra) que sustentam o Céu dos Céus, a Abóbada do Templo Sagrado dos Mistérios, no qual está o Trono do Rei Salomão. Isso acontece no VI Grau da referida Ordem, a título de ilustração, numa clara referência a suas supostas raízes orientais.

Ainda em sua Missa Gnóstica, Crowley identifica Baphomet com um símbolo chamado “Leão-Serpente”, que, assim como Baphomet, é a representação do andrógino ou hermafrodita. Mais especificamente, ele é um composto que possui em si mesmo o equilíbrio das forças masculinas e femininas transmu-tadas num só elemento.

O Leão-Serpente, na verdade, é uma forma cifrada de mencionar a concepção humana, a união dos princípios masculinos (Leão) com os femininos (Serpente), ou do espermatozoide com o óvulo, formando o zigoto. Há, seguindo com os preceitos de Crowley, diversos modos de mencionar essa dualidade: Sol e Lua, Fogo e Água, Ponto e Círculo, Baqueta e Taça, Sacerdote e Sacerdotisa, Pênis e Vagina, além de várias outras duplas de eternos polares. Originalmente, o símbolo representado pelo Leão-Serpente consta em alguns dos mais antigos documentos gnósticos, os quais remontam ao começo do século II d.C.

Apresentado sob a forma de uma figura arcôntica com cabeça de leão e corpo de serpente, o Leontocéfalo era a própria imagem do Demiurgo do Mundo, sendo a versão gnóstica para o Jeová mosaico. Crowley, ao se utilizar desse mesmo simbolismo, pretendia resgatar os cultos de um cristianismo hoje considerado primitivo.

Crowley considerava Baphomet como o supremo Mistério Mágico dos Templários, segredo este que estaria concentrado nos graus superiores de sua Ordem. Da mesma forma, ele clamava que esse era o mesmo mistério oculto nos graus superiores da Maçonaria. Será que ele se enganou? Ou conhecia um outro rito na Maçonaria? Porque os maçons negam.

 


Fonte: http://reporterdecristo.com/personalidades-satanicas-parte-4-%E2%80%93-eliphas-levi



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