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Artigo N.º 3519 - A glória pequenina
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Visto: 3405
Postado em: 01/11/09 às 08:21:35 por: James
Categoria: Marisa Bueloni
Link: http://www.espacojames.com.br/?cat=123&id=3519
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Por: Marisa Bueloni

Vejo, com alegria, e cada vez mais, que as coisas pequeninas ocupam um lugar especial no coração de todos, ou, pelo menos, no coração da maioria das pessoas. Sobretudo, das pessoas sensíveis, atentas, capazes de captar lá no fundo da palavra a sua essência salvadora.

     Assim é quando escrevemos sobre um tema do cotidiano, a mesa em volta da qual uma família se reúne. Não importa se de mármore, de cristal, importada ou nacional, ou feita de tábuas rústicas. Não existe glória maior para o cronista do que esta: ser compreendido pelos seus leitores. 

     Sim, temos de nos dedicar a esta tese relevante: a de que as coisas não devem ser tão facilmente descartadas. Muitas pessoas se cansam logo do que possuem e se atiram, irrefletidamente, à troca de tudo o que é passível de substituição; fazem decoração nova na casa a cada ano; renovam também o guarda-roupa; compram e consomem de forma quase irracional, pondo de lado objetos e peças em perfeito estado de uso. Talvez por modismo; ou por pura veleidade. 

     Hoje, a ordem é reciclar e aproveitar tudo o que pode ser reutilizado. Vivemos tempos críticos, onde a questão do aquecimento global tem inspirado alguns líderes políticos na cruzada em defesa do planeta, como é o caso do ambientalista americano Al Gore. 

Quem ainda não viu, não perca o vídeo “Uma Verdade Inconveniente”. Ali está toda a realidade que muitos preferem ignorar. O consumo desmedido e irresponsável deverá ser repensado, pois ele tem sua parcela na contribuição do aquecimento. Será necessária uma revisão dos nossos hábitos e estilos de vida, da cultura da abundância e do desperdício, por meio da conscientização de que devemos extrair da Terra o suficiente para a  nossa sobrevivência. 

     Vemos em toda parte uma brutal incitação ao consumo. Todos precisamos adquirir aquilo que é necessário para o bem estar do dia-a-dia, todos devemos consumir o que está ao nosso alcance. Contudo, a febre de comprar pode se transformar numa armadilha perigosa. E, quase sempre, os desavisados caem nesta rede sutil, sem  considerar muito bem por que estão gastando uma fortuna em algo prescindível. Quanta coisa inútil é adquirida porque é moda e logo depois descartada, jogada numa gaveta. Se ao menos as pessoas se lembrassem de doar, de repartir com quem nada tem. 

     Diz um leitor que, nos dias de hoje, até mesmo os casamentos são “descartáveis”, as uniões duram pouco tempo. E por que isso está ocorrendo numa escala assustadora? Mudou o casamento ou mudaram as pessoas? 

     Minha mãe dizia que, para casar, uma pessoa precisa ter uma virtude primordial: a paciência. E batia nesta tecla o dia inteiro. Quando reclamávamos disto ou daquilo, ela nos consolava com sua sabedoria simples e dizia: “tenham paciência”. Bastava dar tempo ao tempo e tudo se resolvia, como nas palavras certeiras da previdência maternal. 

     Parece que hoje poucos filhos ouvem os pais. É uma pena. E quando os jovens cometem toda sorte de delitos, culpam-se os pais. Na tevê, o pai de família reage assustadíssimo, ao saber que o filho participou de uma gangue que pôs fogo num morador de rua.  A sociedade está vivendo um momento de grande desequilíbrio, os valores estão se invertendo de uma forma cruel e não nos causam mais admiração que filhos matem seus pais, que jovens drogados agridam e tirem a vida dos avós, que a esposa mande matar o marido e vice-versa, que a funcionária da empresa seja assassina da colega de trabalho, que a jovem mãe atire o bebê num córrego infecto, etc. A crônica policial da vida é extensa e os casos são aterradores. O que haverá por trás de cada um deles? Certamente, a falta de amor, falta de Deus. 

     Ninguém mata, se tem Deus no coração. Ninguém manda matar, se ama e se é amado, se conheceu um dia a grandeza do amor e da caridade. Cresce feliz e saudável aquele que abraçou e foi abraçado, ainda que seja na pobreza e na falta de tudo. Quem ama, se doa generosamente. Quem é amado, guarda no peito a gratidão. São sentimentos que dão estrutura ao coração bem formado – o ideal do amor, da paz e da fraternidade. 

     Então, uma leitora escreveu: “Acredito que os momentos passados com nossa família sejam marcantes para sempre em nossas vidas, e em uma mesa de jantar não seja diferente. Em minha infância, não foi em mesa, mas sim em cavaletes e tábuas, uma vez que meu avô era pedreiro, que toda nossa família se reunia, para aquele almoço de domingo. Agradeço por ter me levado ao passado, revivendo momentos que jamais serão esquecidos”. 

     Esta é a glória pequenina: a mesa rústica, uma tábua apoiada sobre dois cavaletes, em volta da qual uma família se reúne para a abençoada refeição, para alimentar-se do pão de cada dia. Esta é a ceia do amor. 

     É belo ter uma família reunida em volta de uma mesa. É rica em dons de Deus a família cujos membros se amam e se respeitam.  Que bom quando os filhos podem contar com pais que os ouvem; quando os pais podem confiar nos filhos que criaram. Quão importante é a confiança, o colo da mãe, o ombro do pai, a força do relacionamento franco, equilibrado e amoroso. É esta disponibilidade, esta aproximação de afetos que enche de glória o coração da vida.


Marisa Bueloni é formada em pedagogia e orientação educacional.(marisabueloni@ig.com.br)



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