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Artigo N.º 9433 - Os sete pecados capitais - Parte 5 - O pecado da Ira
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Postado em: 07/02/12 às 08:29:54 por: James
Categoria: Artigos
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Dando continuidade à nossa série de artigos sobre os pecados capitais, passamos agora ao estudo do pecado da ira.

Cada um de nós, seres humanos, por nossos próprios méritos, estaríamos irremediavelmente perdidos: todos pecamos e precisamos da Graça de Deus, embora muitos ainda não o reconheçam: este é o seu maior problema.

Na árvore do pecado, a ira é um galho grande; por isso é um dos pecados capitais. O pecado da ira está ligado ao tronco do orgulho, que é a rejeição da Soberania de Deus sobre a nossa vontade. A ira, na maioria das vezes, é um sentimento de contrariedade por alguma vontade não satisfeita. Vemos que até as crianças, mesmo pequenas, já expressam seu descontentamento quando são contrariadas: batem os pés, choram, gritam...

Deus nos criou dotados de sentimentos, que são indispensáveis para a vida, mas quando a ira é alimentada por nossa decisão própria, seja consciente ou não, aí ela resulta em gestos concretos que fatalmente levarão à dor e ao sofrimento... Gestos dos quais nos arrependeremos depois, mas aí já pode ser tarde. A ira, quando alimentada, leva a uma fúria doentia que precisa se manifestar de qualquer jeito, e acaba resultando em desrespeito, agressão verbal e até física, que pode resultar em crimes graves; no caso mais extremo, ao assassinato.

A ira, portanto, está ligada mais ao agir do que ao sentir, simplesmente. Normalmente são as pessoas mais ativas e cheias de desejos que mais sofrem com a ira. São conhecidas como “pavio curto”, de "gênio forte"... Algumas são até admiradas por serem “francas” e “sinceras”: não levam desaforo para casa. Mas a sinceridade não precisa, - e não deve, - ser acompanhada da ira. Se você alimentar a ira, deixar-se tomar pelo ódio e pelo desejo de vingança, será capaz de cometer atrocidades que nem poderia imaginar.

O Livro de Eclesiastes (7, 9) condena os que são rápidos em alimentar a ira, porque ela se esconde no mais íntimo da alma humana. Escrevendo aos efésios, o apóstolo Paulo diz que a “ira breve” faz parte da natureza humana, mas deve ser tratada imediatamente: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef. 4, 26). Paulo está citando o Salmo 4. “Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o vosso coração, e sossegai.” (Salmos 4, 4). Davi escreveu esse salmo quando seu filho Absalão liderava um motim para tomar-lhe o reino. O salmo é um pedido de ajuda a Deus diante dessa terrível situação e também um apelo aos homens, para que refletissem sobre o problema em vez de se entregarem à ira.

Não dêem espaço para a ira além do necessário, afirma o Apóstolo Paulo. Não deixe a raiva se acumular para o dia seguinte, e o seguinte, e o seguinte… Ainda na mesma noite da sua indignação, da sua dor, você deve entregar o problema aos Pés do Senhor, e assim encontrará sossego. “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro.” (Salmo 4, 8)

Jesus foi ao centro da questão e revelou a essência do Mandamento da Lei que diz “não matarás”: “Ouviste o que foi dito aos antigos: não matarás; e quem matar estará sujeito a julgamento. Eu porém vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do Tribunal; e quem lhe chamar: tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. Quando estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então apresenta a tua oferta. Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta." (Mateus 5, 24)

A Lei fala do fruto mais extremo da ira: não matarás! Quem evita a ira, por certo não corre o risco de chegar ao extremo de tirar a vida de alguém. Jesus muda a perspectiva. O desrespeito pela vida, que leva alguém a matar, nasce na ira, perde o controle em quem a consente e passa dos insultos verbais e físicos para as últimas consequências.



Vencendo a ira

Como lidar com a ira à luz do Evangelho? Qual a saída para um coração irado? Jesus nos apresentou duas bem-aventuranças que tornam felizes aqueles que lutam contra a ira: "Felizes os mansos" e "Felizes os pacificadores".

Muitas pessoas confundem mansidão com fraqueza. Promover a paz e demonstrar espírito manso seriam marcas dos perdedores? Não. Verdadeiramente, a mansidão e a paz são os maiores sinais de força e domínio próprio que um ser humano é capaz de manifestar. Ser manso não é ser fraco, mas abrir mão de usar a força. Ser manso é ser maior do que a ira.

A ira é como qualquer emoção: aparece de maneira involuntária. Você não "decide" que vai se irar. No entanto, ao sentir ira, se perceber que é porque uma vontade sua foi contrariada, aí sim poderá decidir como reagir a esse sentimento negativo.

Os mansos e pacificadores nada têm a ver com os passivos. Moisés foi um dos maiores líderes da história, e era conhecido como um homem manso (Nm 12, 3). A mansidão não sente necessidade de injuriar os outros. Não possui sentimentos de inferioridade, nem de impotência, e por isso os mansos não precisam lutar por reconhecimento. Eles submetem as contrariedades a Deus, que domina o Universo, e logo descansam. Desenvolver um espírito manso é confiar na promessa de Jesus de que os mansos herdarão a terra. O Senhor nos convida a aprender mansidão com ele. Ele foi o exemplo máximo de mansidão, porque, sendo Deus Todo Poderoso, abriu mão do seu Poder Divino e decidiu confiar no Amor do Pai e submeter-se à sua Vontade.

Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de nós, que somos pecadores!

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Fonte consultada:

BURNS, John E. Recuperando - se com os Sete Pecados Capitais São Paulo: Loyola, 2004


Fonte: http://vozdaigreja.blogspot.com



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