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Artigo N.º 7432 - Exercícios espirituais em 4 etapas (Santo Inácio de Loyola)
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Postado em: 08/03/11 às 21:55:43 por: James
Categoria: Artigos
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Santo Inácio de Loyola

Ano 1548. O jovem Duque de Gandìa (Espanha), Francisco Borgia, bisneto do Papa Alexandre VI faz chegar ao Pontífice Paulo III um particular pedido: a aprovação pontifícia do livreto dos Exercícios Espirituais, escrito por Inácio de Loyola, superior e fundador da Companhia de Jesus, que o mesmo Papa tinha aprovado oito anos antes.


Inácio e seus Companheiros já davam estes Exercícios, com excelentes frutos espirituais. Mas, por causa deles, Inácio já tinha ficado preso duas vezes em Alcal e Salamanca, vítima das suspeitas da Inquisição, que no tempo da Reforma Protestante olhava com desconfiança qualquer novo movimento espiritual.

A resposta do Papa chegou no dia 31 de julho de 1548: “Feito examinar tais Exercícios e ouvidas também testemunhas e relatórios favoráveis [...] constatamos que ditos Exercícios estão cheios de piedade e santidade, e são e serão muito úteis para o progresso espiritual dos fiéis. Ademais é nosso dever reconhecer que Inácio e a Companhia por ele fundada vão recolhendo frutos abundantes de bem em toda a Igreja; e de tudo isso muito mérito é dos Exercícios Espirituais. Por isso [...] exortamos os fiéis de ambos os sexos, em qualquer lugar do mundo, para usufruir dos benefícios destes Exercícios e se deixar educar por eles.” Durante os séculos, outras seguiram a esta primeira solene aprovação de Paulo III.

Em nosso século, os maiores elogios vieram particularmente de Pio XI, Pio XII e Paulo VI. O papa Pio XI, em 1922, declarou santo Inácio de Loyola Padroeiro de todos os Exercícios Espirituais, e na Encíclica Mens nostra de 1929 trata de modo magistral os Exercícios inacianos, evidenciando a profundidade da doutrina e a segurança do método ascético.

Paulo VI, aluno dos jesuítas, assim escrevia em 1965: “Sabemos que a pregação mais eficaz é mesmo aquela dos Exercícios Espirituais.” E precisava: “Ai de nós se os Exercícios espirituais, por terem aquele paradigma maravilhoso e magistral que S. Inácio deixou, se tornassem uma repetição formal e, diria, preguiçosa deste esquema [...] Temos que ampliar esta fonte de salvação e de energia espiritual, precisamos torná-la possível a todas as categorias”.

O PENSAMENTO DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA

Assim – de Veneza – escrevia o santo ao seu amigo e confessor Emanuele Miona (16 de novembro de 1536): “Não conheço nesta minha vida outro meio para pagar uma parte de minha dívida convosco senão aquele de vos fazer praticar os Exercícios Espirituais de um mês. [...] OS Exercícios são, sem dúvida, quanto de melhor eu possa conceber, conhecer e compreender nesta vida, seja pelo progresso pessoal de um homem, seja pelos frutos, a ajuda e o proveito que ele pode causar a muitos outros”.

Santo Inácio considerava os Exercícios não como “sua obra”, mas como um dom de Deus para toda a Igreja. Os Exercícios não foram estudados e feitos na mesinha, mas experimentados em seu ermo de Manresa onde passou um ano inteiro como asceta e penitente, e onde ? como ele escreve em sua Autobiografia – “Deus se comportava com ele como um professor de escola com uma criança: o instruía” (Autob. 27).

Isso o levava a precisar que os Exercícios fossem “feitos” e não lidos. Não queria então que o livrinho dos Exercícios estivesse na mão de todos, porque pouco se ganha com a simples leitura. Nem queria demoradas explicações por parte daquele que dava os Exercícios. Os pontos de meditação deviam ser breves, porque vale mais o que a alma descobre por si mesma, do que uma longa explicação didática.

COMO SE DESENROLAM OS EXERCÍCIOS INACIANOS

Lembramos antes de tudo que os Exercícios Espirituais não são um tempo de estudo o uma simples concentração e oração. São busca: ” Como o passear, o caminhar, o correr são exercícios físicos, assim se chamam Exercícios Espirituais todo modo de preparar e dispor a alma em tirar todos os afetos desordenados e, após tê-los tirados, procurar e achar a vontade de Deus na disposição de própria vida, para a salvação da própria alma” (Es. Sp.Ann.1).

Casa de Exercícios dos Jesuítas em Altavilla Milícia (Palermo)

A finalidade fica clara: esforçar-se ordenar sua vida segundo o projeto de Deus. Eis o modo de proceder.

S. Inácio recomenda antes de mais nada, fazer os Exercícios Espirituais num lugar diferente do próprio ambiente costumeiro. Por isso os jesuítas deram vida às chamadas “Casas de Exercícios”, organizadas em modo de permitir aquela concentração, aquele “deserto” também exterior, aquele “silêncio” que facilite a ação da Graça em nós.

Começa-se com uma consideração fundamental (S. Inácio chama de “Princípio e fundamento “): para que finalidade Deus nos criou? A razão. Iluminada pela fé, dá a resposta: o homem foi criado por Deus e para Deus. Todo bem foi colocado a disposição do homem para que o auxilie a conseguir esta finalidade. Por isso, precisa o homem fazer disso um uso razoável. Precisamos assim adquirir liberdade de espírito e um perfeito controle de nossos instintos, por meio daquela que Inácio chama de “indiferença”, que não é apatia, mas autocontrole e equilíbrio espiritual.

Feito isso, Inácio passa aos Exercícios verdadeiros, que ele divide em quatro semanas, entendidos come assuntos a tratar e não segundo o número dos dias.

São assim 4 etapas, que podemos lembrar com quatro tradicionais palavras latinas, cada qual expressa a finalidade.

Iª Semana (etapa): “Deformata reformare”. Eliminar da alma as deformações causadas pelo pecado. É um modo de se conhecer a nós mesmos e a grave desordem criada pelo pecado em nossa vida, além do perigo de danação ao que fomos expostos! Para não cair na desconfiança, Inácio nos faz contemplar a imagem do Salvador Crucificado, morto para nos salvar da morte eterna.

IIª Semana (etapa): “Reformata conformare”. Somos convidados a nos revestir do Cristo e de sua armadura. O homem “reformado” deve “se conformar” ao Cristo: pobre como ele; ardente de amor para o Pai e os irmãos. É o tempo da “reforma” ou da opção do estado de vida: como eu, na prática, preciso seguir Cristo?

IIIª Semana (etapa): “Conformata confirmare”. Isto é, fortalecer os propósitos de adesão a Cristo,por meio da contemplação de Aquele que foi obediente até a morte na cruz. O grito do Filho: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice”, precisa continuamente nos relembrar a segunda parte desta súplica: “Mas não a minha, e sim a tua vontade seja feita”. Nesta etapa nos confirmamos nas decisões tomadas.

IVª Semana (etapa): “Confirmata transformare” . “Eu não morro: entro na vida”, escreveu S. Teresa de Lisieux ouço antes de morrer. E, de fato, a Igreja canta: “Vita mutatir, non tollitur”, isto é, “a vida não é tirada com a morte, e sim transformada”. A morte de Jesus na cruz coincidiu com o começo do Cristianismo. “Quem perde sua vida por causa de mim, a encontrará”, diz Jesus no Evangelho. E a vida do Ressuscitado é a esperança de quem faz os Exercícios nesta etapa final.

No fim dos Exercícios, S. Inácio propõe uma maravilhosa contemplação para alcançar o Amor puro de Deus (chamada “contemplatio ad amorem”). Com o pensamento se volta à Criação e à Redenção, para descobrir como e quanto Deus nos ame! E a lama fica com um único desejo que se expressa na oração: “Oh Senhor, dá-me teu amor e tua graça: isto me basta!

Atualidade dos Exercícios Espirituais

Hoje o mundo gosta de barulho, não do silêncio e do recolhimento; quer estar livre de leis e disciplinas. Podemos ainda falar de “busca da vontade de Deus na disposição de nossa vida?”

Em 1967 os Bispos do Triveneto escreveram uma carta sobre “Validade dos Exercícios Espirituais”, e recomendaram ” em perseverar neste apostolado que se revela cada dia mais precioso”. Sem excluir o empenho de experimentar formas que se adaptam aos nossos dias, insistimos “sobre a clássica estrutura dos Exercícios inacianos, tão válida e providencial em seu clima de reflexão e de profundo silêncio” (Pietro Schiavone s.j., Il Progetto Del Padre, pp.12-13).

Os Exercícios são um “carisma”: um dom de Deus à Igreja,para sua edificação e renovação, e a experiência de inúmeras pessoas que também hoje se beneficiam é a prova que o Espírito Santo continua iluminando as almas através dos Exercícios.

Concluímos com estas palavras de Paulo VI, “A prática dos Exercícios constitui não somente uma pausa tonificante e revigorante para o espírito, no meio das dissipações da barulhenta vida moderna, mas também uma escola ainda hoje insubstituível para introduzir as almas numa maior intimidade com Deus, no amor à virtude e à ciência verdadeira da vida, como dom de Deus e como resposta ao seu chamado.

Exercícios espirituais escritos por Santo Inácio de Loyola


Fonte:http://www.ultimasmisericordias.com.br/Pagina/301/SANTO-INACIO-DE-LOYOLA



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