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Artigo N.º 3904 - CARIDADE.
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Postado em: 24/12/09 às 22:29:07 por: James
Categoria: Artigos
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Fala-se hoje muito em caridade, algumas vezes se troca até pela palavra filantropia, e se acha que é a mesma coisa, outras vezes, se banaliza totalmente esta grande expressão do amor dizendo até: “fiz uma ato de caridade? Mas o que é a Caridade?

Segue abaixo a mensagem que Nossa Senhora Rainha da Paz, dada em Medjugorje no dia 02/07/2009, por meio da vidente Mirjana:

“Queridos filhos, eu vos chamo, porque tenho necessidade de vós. Necessito de corações prontos a um amor imenso. De corações que não estejam cheios de vaidade. De corações prontos a amar da mesma forma que amou o meu Filho, prontos a sacrificar-se como se sacrificou o meu Filho. Tenho necessidade de vós. Para poderem vir comigo, é necessário que se perdoem a si mesmos, perdoem os outros também, e adorem o meu Filho. Adorem-No também por aqueles que não conheceram o seu amor e não O amam. Por isso tenho necessidade de vos e vos chamo. Vos agradeço por terdes respondido a minha chamada!”


Nossa Senhora inicia esta mensagem dizendo que tem necessidade de nós; recordo-me que na mensagem do dia 25/06/09, Ela havia dito que deseja que nós sejamos as suas mãos no mundo, para sermos apóstolos de paz; na verdade Nossa Senhora necessita de nós para que com ela realizemos o projeto do Pai, necessita da nossa oração, do nosso jejum, para destruir o mal que está ao nosso redor, que está no mundo.

Nossa Senhora necessita de corações prontos a um amor imenso, e entendo este amor imenso, como aquele amor ‘imenso’ dos mártires, que, amaram tanto a Deus, a ponto de darem a sua própria vida nas mãos dos homens, para serem do Senhor, derramaram o seu sangue, mas não traíram o seu Senhor, e por isso Maria acrescenta que precisa de corações que não estejam cheios de vaidade, cheios de si mesmos, para encherem-se de Deus, pois quando o coração do homem está cheio de si, de orgulho, vaidade, está cheio de pecado, está cheio dos pensamentos do mundo, e longe de Deus.

Nossa Senhora necessita de corações prontos a amar da mesma forma que amou o seu Filho, necessita de corações prontos a sacrificarem-se como se sacrificou o seu Filho Jesus. Este é o ponto chave do amor, amar não é dar qualquer coisa a um pobre, amar não é fazer alguma coisa a alguém, amar não é apenas fazer um gesto de solidariedade, amar não é um sentimento, amar é muito mais que isto. Dizia o grande São João da Cruz: “Quem não deu tudo a Deus, não deu nada!”.

Amar segundo a tradição bíblica é doar-se, é sacrificar-se, é morrer para si mesmo, é uma escolha concreta que custa algo, a tal ponto que o nosso agir, em nome de Deus, e por amor a Deus, seja um ato sagrado, divino.

Amor é também perdão! É perdoar e dar o perdão. As vezes nós nos magoamos por coisas banais, guardamos rancor no coração, não perdoamos, guardamos mágoas, só porque escutamos uma palavra dura, sofremos uma injustiça, ou não fomos compreendidos, mas o problema é que se não perdoamos, entristecemo-nos, vivemos mal, e também iremos fazer o mal.


Amar é também perdoar a si mesmo. Quantas recordações que trazemos no nosso coração de fatos, atos e pecados, vívidos a 10, 20, 30 ou 40 anos atrás e até hoje não nos perdoamos?
Quantas vezes, já escutei no confessionário, muitas mulheres dizer: “Sabe Padre Mateus, a 20 anos atrás eu fiz um aborto”, e eu pergunto: “Mas, a senhora já confessou isto antes?”, e quase sempre elas me respondem: “Sim, mas sinto ainda a necessidade de confessar!”. É muito triste, são mulheres que já receberam o perdão de Deus por meio da confissão, mas ainda não se perdoaram, e este exemplo vale para tantos outros casos.

É a falta de perdão que cria a crosta da angustia, da depressão, da tristeza em nossos corações, e por conseqüência em relação ao outro, pois todas as vezes que não perdoamos, nos fechamos, permanecendo em nós a amargura e a dor, que se transformam em uma lança contra os nossos irmãos, e é por isso, que o nosso coração com muita facilidade se endurece diante do outro, e nos faz ficar cegos as necessidades do outro, e desta forma, vivemos como alienados no nosso mundinho, fechados ao nosso irmão.

Nossa Senhora quer ver em nós um coração grande para amar e deixar-se amar, para ser sinal do amor de Deus. Deus é amor, e o Senhor hoje por meio de Maria, nos chama novamente a passar desta dimensão vertical entre homem e Deus, ou seja, do amor do homem para com Deus, para a dimensão horizontal, passar do sentimento de amar a Deus, para a vivência concreta deste amor, de modo que ele seja vivido concretamente entre os irmão, assim somos chamados a celebrar o amor de Deus em nós, e para o outro, na nossa existência cotidiana.

A caridade, o amor ao qual Deus nos chama, não é motivado por uma razão filantrópica, psicológica ou filosófica, não é motivado por uma teoria pagã de apagar o ‘nosso carma’, mas é motivado por uma razão cristã de fé, por uma adesão de fé, fundada no amar sem interesse e distinção, fundamentada pela proposta revelada de fé: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei (...)Não há maior amor do que aquele que dá a vida pelo seu irmão” – diz Jesus.

Na carta de 1João 4,11-12, lemos algo muito interessante: ‘Se Deus nos amou, também nós devemos nos amar, e se nos amamos, Deus habita em nós, e seu amor se torna perfeito em nós”, e no versículo 19-20 diz: “nós nos amamos, porque Ele nos amou por primeiro”. 

Assim amar o outro, é uma resposta de agradecimento a Deus que nos amou por primeiro, mas para que esse amor seja perfeito, não podemos só fazer o bem, ou fazê-lo de qualquer maneira, mas devemos reconhecer a imagem de Deus no outro, e o problema é que falamos muito do amor ao irmão, da dignidade humana, mas notamos em contra partida, que a nossa vida não revela este amor, pelo contrário o nosso coração muitas vezes está repleto de maldade, falta de educação, falta de respeito, de perdão e etc...

A teologia medieval falava do amor – caridade - como a alma da virtude, a estrutura fundamental e raiz de todas as virtudes, como o alimento da existência cristã, e este pensamento ainda trazemos hoje, quando escutamos a frase: “è melhor um prato de verdura preparado com amor, do que um banquete no ódio”. Isto tudo nos questiona muito, será que, aquilo que fazemos com o título de caridade, é realmente caridade cristã?

Costumo dizer que fazer o bem não é exclusividade dos cristãos, desde a antiguidade, e até na filosofia grega (antes de Cristo), já se entendia o bem como uma virtude, como um chamado universal a todos os homens justos e retos. Mas a caridade é só Cristã, pois só no Cristianismo temos o conceito do amor Caridade, que é como já dissemos, testemunhar Cristo em nossos atos para com o outro, fazer tudo por amor a Deus, sem querer nada em troca. Só à medida que amamos com sinceridade, sem querer nada em troca, e vivendo em nossa vida o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, que não é o evangelho de Allan Kardec, só aí, a ‘dínames’ de Deus, a potência do amor de Deus poderá agir em nós, e fazer com que, o amor se torna perfeito em nós.

É claro que não podemos nos manter inertes a injustiça do mundo, a miséria e a pobreza, devemos agir, devemos fazer algo, mas fazê-lo em Deus, com a força de Deus em nós.

Percebo muitas vezes, muitos trabalhos intitulados “de caridade”, mas me pergunto: “Para quem estão fazendo estas obras? Para sí próprios, como um amortecedor de seu ego, por fuga da realidade, ou por Deus presente no noutro? São feitos por amor a Deus?”.

É triste notar que algumas pessoas que fazem estas “obras de caridade” com pobres, fazem algumas vezes apenas para fugirem da realidade em que vivem, como um amortecedor de consciência. Algumas até com muito bom coração dão um dia da semana para o trabalho voluntário, vão visitar as famílias carentes, e etc... se desdobram, mas depois chegam em suas casas, comem do bom e do melhor, se sentem satisfeitas por terem feito ‘alguma coisa’, e vão dormir aliviados, mas se esquecem da célebre frase de São João Crisóstomo: “Abra o teu armário, olhe o que tem dentro, tudo aquilo que tem, a mais do que dois pares de sandálias, duas trocas de roupa, não te pertence, pertence aos pobres! Você está roubando deles, não é teu!”.

Outros ainda fazem as ‘obras de caridade’, como uma ‘fuga mundis’, ou seja, vivem uma vida tão desordenada, lançados no pecado venial e mortal, vivem um inferno em suas próprias casas, mas querem fazer uma obra boa, para se sentirem bem, e assim, não precisarem lutar contra si mesmos, e o pior é que muitos junto com a ‘obra de caridade’, vão nas casas rezarem, e falam palavras bonitas do tipo: “Irmão, irmã, precisamos viver na paz, amar o nosso irmão, ter paciência....”, mas na realidade vivem a hipocrisia, pois algumas vezes saem de sua própria casa brigando com todo mundo, se achando os donos da razão, e depois vão fazer a caridade? Que caridade é esta? É pura hipocrisia, não é caridade cristã. Isto sem falar de tantas Ong’s que cuidam de crianças, idosos e doentes, mas na verdade são apenas instrumentos para a lavagem de dinheiro de empresários que querem sonegar os impostos, instrumentos também de promoção pessoal daqueles que estão a frente, que em nome da caridade fazem apenas para ganhar dinheiro, e assim, se torna um puro profissionalismo, que não chegam nem a ser uma instituição filantrópica?

A Caridade Cristã não é dar um prato de comida para o pobre somente, é dar a tua vida, é dar muito mais que isto, mas para você dar este mais, é preciso ter uma vida de oração, de comunhão de encontro com Deus, pois só damos aquilo que recebemos, e só podemos dar ao outro Deus, se estamos unidos a Ele, se permanecemos com Ele, se demos tempo a Ele.

É triste olhar muitas obras de caridade católica que os voluntários se reúnem só para fazerem aquilo que fazem, mas não se reúnem para rezarem juntos; querem partilhar o pão material, e se esquecem que antes de partilhar o pão material, Jesus na multiplicação dos pães, partilhou primeiro o pão da Palavra.

Certa vez as freiras de Madre Tereza de Calcutá disseram a ela: “Madre, em vez de nós fazermos três horas de adoração ao Santíssimo antes de ir para a ‘missão’ cuidar dos pobres e feridos, dar-lhes alimento, não poderíamos diminuir para duas horas, para ganharmos mais tempo?” Madre Tereza sabiamente respondeu irei rezar sobre isto! Depois de duas semanas, chamou as suas freiras e disse: “Rezei sobre o vosso pedido, e decide que a partir de hoje, não faremos só duas horas, mas sim quatro, pois sem a oração, o nosso trabalho não é caridade, e não encontramos força para realizá-lo!”

Por fim, Nossa Senhora nos chama a adora o Seu Filho! Adorá-lo com a nossa vida, com a nossa oração, com os nossos atos, dobra o joelho no chão orando por aqueles que ainda não conhecem o seu amor, e sendo para eles com a nossa vida, com a nossa doação, com a nossa caridade, sinais deste grande Amor de Deus por nós.
Vos quero bem!

PERMANECEI NA PAZ E CAMINHAI SEMPRE NELA!
UM FRATERNO ABRAÇO!!!!!!
PANIE JEZU UFAM TOBIE!!!


Pe. Mateus Maria, FMDJ
www.mosteiroreginapacis.org.br
http://rainhadapaz.blog.terra.com.br/
paniejezuufamtobie@terra.com.br



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