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Artigo N.º 7355 - MATEI DOIS FILHOS
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Visto: 4203
Postado em: 24/02/11 às 12:20:04 por: James
Categoria: Artigos Site Aarão
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Dias atrás recebi a cartinha de uma senhora, apenas uma ou duas linhas, mas imediatamente percebi que elas denotavam um imenso, um atroz sofrimento. Ela pedia que batizássemos por aqui, os dois filhos que ela, voluntariamente, havia abortado. Eu telefonei ao Sálvio que cuida desta parte, e ele me garantiu que iria fazer imediatamente o batismo. Vale a pena ler, em especial as mulheres que abortaram, é pungente. Duvido que não se emocionem! Eis a história...

Antes de tudo deixo claro que toda a responsabilidade por tudo o que aconteceu, foi e é minha. Quero dizer também inicialmente que tudo poderia ter sido diferente para mim, se na hora certa eu tivesse tido amor, coragem e, sobretudo temor a Deus. Embora nada disso me justifique! Eu assumo tudo!

Foi assim:

Quando eu tinha treze anos conheci um rapaz e começamos a namorar. Este foi meu primeiro erro, e o erro tremendo de milhares de adolescentes de hoje, que começam a namorar cedo demais, e a transar e a "ficar" sem terem noção da tremenda responsabilidade que é a isso inerente. Há muita frivolidade no trato à vida! Mas aprendi isso quando era tarde demais!

Meus pais faziam muito gosto do namoro, pois o rapaz era muito bom e trabalhador. Aliás, muitos pais, quem sabe a maioria, fica feliz quando sua filha arruma um namorado rico, ou trabalhador, quando deveria antes saber se ele é respeitador, se é católico de fato ou de fachada, se tem responsabilidade para assumir uma família, e fazer sua filha feliz. Por que tantos casamentos acabam? Olham o exterior, a beleza, o ter, nunca a alma! O verdadeiro caráter!

Não demorou, para ficar sério: começamos a ter relações sexuais! Meu namorado era bom realmente como pessoa, embora fraco na fé e na moral, e já com alguns meses de namoro falava em casamento, dizia que me amava muito e que seu maior sonho era de que formássemos uma família.
E o inevitável aconteceu: meses depois eu descobri que estava grávida. Lembro-me de ter chorado copiosamente durante muitas noites. Minha nossa! Eu não podia estar grávida! Eu era tão jovem! Tinha uma vida toda pela frente! É como milhares de meninas avoadas como eu era pensam!

Quando eu contei, ele também ficou preocupado, porém ao contrário de mim ficou muito feliz. Disse que eu não me preocupasse que daria tudo certo e que ele sempre estaria ao meu lado. Mas eu não queria escutá-lo. Disse que não, não, e não! Não queria aceitar. Ah! Como eu fui ignorante! Que loucura a minha!

Ele ficou muito chateado, muito desapontado. Mas como me amava, e como eu o pressionei muito, dias depois, ele me entregou alguns comprimidos e disse que eu pensasse bem antes e que se eu mudasse de ideia, ele me apoiaria.

Eu de fato pensei, mas pensei somente em mim, no medo, nos comentários dos outros, no meu corpo, na vergonha e medo de enfrentar meus pais. Não pensei em momento algum em como Deus é maravilhoso, que em seu Amor me confiara uma vida, preciosa vida que já crescia dentro de mim. Não pensei em como eu a amaria! E ela a mim! Como me arrependo hoje!

Engoli os comprimidos e junto com eles aquilo que me consumiria anos afora, e que nunca mais me abandonou: o remorso, tremendo, doloroso, que dia e noite passou a me atormentar. Ninguém é capaz de imaginar o tormento que sofre a mãe que aborta seu filho. Indescritível! Inimaginável!
É que o Criador, em sua perfeição infinita, prende a mãe ao filho, com um laço de ternura e afetos tais, que perdurarão para sempre, não apenas para esta vida, mas por toda a eternidade. Já pensaram no Amor infinito que Maria tem pelo seu Jesus? É por aí que vai! Ninguém pode violentar este amor, sem sentir na alma os terrores desta ruptura! E como dói!
Depois de tomar os comprimidos, não demorou para que eu começasse a me esvair em sangue. E minha criança se foi! Para o esgoto! Que horror! Por que eu fiz aquilo, meu Deus?

Senti-me um pouco aliviada por um breve momento! Mas logo depois fiquei terrivelmente triste. Era uma tristeza tão profunda que vinha do mais fundo da minha alma. Angustia e desespero, e remorso, tudo somado, e uma vontade de chorar e de gritar. Eu prometi que jamais faria aquilo novamente.

O namoro continuou, porém bem diferente. Ele tinha total consciência do que fizemos. Eu também! Nós éramos coniventes com o crime, embora ele quisesse a criança, enquanto eu a rejeitava. Ele tinha pequeno atenuante, eu nenhum! Fiz consciente!

De tempos em tempos me invadia um terrível remorso que eu tentava a todo custo ignorá-lo. O que é uma coisa totalmente impossível. Duvido que uma mulher que algum dia matou seu filho no ventre, deixe de sentir estes momentos de remorso, de um tormento que esmaga alma e que nos trás profunda tristeza. Mas, sempre descuidada e mantendo relações, um ano depois eu me encontrava na mesma situação. Estava novamente grávida.

Agora, porém, eu estava mais madura e consciente. Não havia justificativa. Eu já sentira aquela dor! No entanto, permanecia com mesma linha de pensamento. O inimigo age com uma fúria descontrolada para amortizar os avisos da consciência, e ficamos cegas! Isso acontece porque estamos longe de Deus. Qualquer menina, ou mulher, que efetivamente esteja ligada em Deus, mesmo que seja vítima de estupro – não de um caso consentido como o meu, – ela jamais matará seu filho. Ainda que seja fruto de traição ao marido!

Nada justifica tirar uma vida inocente. Devemos antes lhe dar a nossa! Temos isso em nossa alma de mulher e de mãe! Trair este mistério de Deus é horrendo! Tem um preço caríssimo a pagar em remorso. E se paga ainda aqui, e pode se pagar também na eternidade. Por que isso aconteceu comigo de novo! Que droga!

Mais uma vez eu me desesperei e contei para o meu namorado que falou:
- Você disse que não ia mais fazer isso! E ele me implorou: Não faz isso não! Vamos ter o nosso filho! E para me incentivar começou a comprar muita roupinha de bebê e dar início a tudo.

Eu, porém, estava relutante, enquanto ele tentava me persuadir de todas as formas para que não fizesse nada daquilo. Mas sendo também fraco - como Adão foi com Eva - mais uma vez ele fez o que eu insistentemente lhe pedi: trouxe os tais comprimidos abortivos... E infelizmente mais uma vez eu não optei pela vida. Matei mais um filho! Isso culminou meses mais tarde no fim do nosso namoro. De ambas as partes, só por este mesmo motivo dos abortos, nós nos separamos.

E assim o tempo passava! Eu fingia não me incomodar com isso. Mas o assassinato cruel dos meus filhos sempre me falaria muito alto na alma. Depois daquilo, sempre que viesse alguém segurar um bebê era como fosse um dos meus filhos que eu parecia segurar. Como seriam eles? Será que seriam danadinhos ou quietinhos? Quais seriam seus nomes? Deus meu, como sinto falta deles! Nada preenche este vazio! Ficava olhando para as outras crianças, que podiam ser minhas.

Eu tentava de todas as formas sufocar esses pensamentos que tantas vezes voltavam em minha mente. Acreditem, é uma dor que não passa é uma acusação que não cessa de fustigar nossa mente, um tormento que parece não ter fim.

Porque o tempo ia passando e os crimes que eu cometera a cada dia ficavam mais vívidos em mim. Este é certamente um chamado de Deus à Confissão e ao arrependimento, mas quantos milhares de mulheres que já abortaram, e nunca tiveram coragem de confessar e escondem o seu crime, quando o perdão de Deus é a única forma de começar a demolir da mente, este tormentoso remorso.

Certa noite eu tive um sonho. Sonhei com uma menina que brincava num jardim, com uma bola e quando ela me via, sorria. Acordei arrasada: ela bem que poderia ser minha menina, de quem eu tirara a vida! Estes sonhos eu sei hoje que são chamados de Deus à conversão! Mas quantas mães entendem isso?

Anos depois conheci outro rapaz (hoje meu esposo), começamos a namorar e nos casamos. Eu fiquei grávida e assim que minha filha nasceu eu olhei para ela e pensei: Foi a melhor coisa que já eu fiz! Quando eu olhava seus cabelinhos, seus dedinhos, seu sorriso! Ah! Como eu a amo! A cada dia que ia passando eu a amava sempre mais! E devotava a ela todo meu carinho de mãe!

Mas o passado negro sempre se fazia presente e eu não conseguia esquecê-lo. Precisei de muitas orações para obter a primeira graça, a de ir me confessar. Como falar ao padre que os presentes que Deus me dera outrora foram tão friamente recusados? Será que Deus me perdoaria por tudo aquilo?

Mas eu fui e sei que diante de Deus encontrei o perdão. Sei que Ele me perdoou, embora como eu falei nem minha pouca idade me pode dar justificativa, porque desde criança a menina tem no coração o instinto de mãe. Se ela perde isso é porque está morta por dentro. Se ela, já em loucura luta pela causa do aborto, morreu por inteiro, nem se pode dizer mais que tenha alma. Não é mais mulher, é monstro! Já cortou seu vínculo com o Deus da Vida! Ai das "mães" que levam suas filhas para abortar! Isso não é mãe, é monstro! O aborto é um crime monstruoso!

Vou dizer mais para tais "mães": dar camisinha para suas filhas ainda crianças e permitir que transem a vontade desde cedo, sem compromisso, é outro crime que clama aos céus. Tal mãe pagará duramente por isso! Não zelar por sua filha que desde cedo se entrega ao namorado clama por justiça, porque é fazer da filha não uma mulher santa a exemplo de Maria, mas sim uma prostituta. Quantos milhões de meninas grávidas no mundo! Será que nós mães - e pais - não aprendemos nunca que isso está errado? Que somos nós os únicos responsáveis pelos descaminhos dos jovens? Que somos os únicos responsáveis pela sua futura e inevitável infelicidade?

Por que "mãe" você veste sua filha, desde pequenina, para atrair como fêmea, não para ser mãe e esposa de um lar firmado em Deus? Ela nunca será feliz! E virgindade perdida na quase infância é um vermezinho que a torturará para sempre. Por isso, ensine sua filha a ser uma futura mãe feliz, e uma esposa exemplar, que criará filhos e filhas também exemplares. Vista-a desde cedo como mulher santa, não como coisa vulgar! Objeto de consumo torpe, e fonte de pecados! Tudo isso passou pela minha cabeça nestes anos, coisas que não vivi, e por isso caí tão fundo. E sofro tanto!
Porque o remorso contínuo sempre me perseguiu e ainda persegue, embora hoje depois da confissão não mais tão intenso. Ainda agora, a cada palavra dos meus filhos lembro-me daqueles outros dois que também me falariam da mesma forma.

Certa vez numa conversa um deles me falou: - Mãe você sempre defende a gente! É porque você ama muito a gente, né? Não é de doer o coração?
Ou quando eu perguntei ao meu filho: - Meu amor, o que você é? Ele respondeu: - Sou o amor da sua vida!

Porém um diálogo assim, entre mãe e filho, é fantástico quando não está presente o eterno fantasma dos outros filhos que se foram: eles poderiam agora estar me dizendo as mesmas coisas, e eu ouvindo deles, e recebendo deles, os mesmos afetos, a mesma ternura. As mesmas doces palavras: sou o amor de sua vida mãe!

Porque, sempre, no meu coração eu me pergunto: como eu tive coragem de cometer essa atrocidade e não há um dia em que eu não pense neste outros dois filhos que, como esses, também precisariam de mim e amariam da mesma forma. Que também desejariam pintar e brincar comigo e também quereriam ouvir as histórias que eu conto e as canções que eu canto para eles dormirem. Que também gostariam de participar dos passeios que damos juntos, e das mesmas brincadeiras que fazemos, e que esperariam muito sequiosos, pelo "leitinho" da hora de dormir.

É claro que hoje dou a vida por meus filhos. E daria sem dúvida pelos outros dois, se fosse possível trazê-los de volta à vida! Quem sabe tudo isso me deu mais força para amar a estes que agora tenho, com mais intensidade, dando-lhes o amor que tinha para dar aos outros, mas que dei fim.

E me pergunto: Será que um dia os verei? Deus me dará a graça de tê-los em meus braços? Poderei beijar aqueles rostinhos fofos, alisar seus cabelos, brincar com seus dedinhos, e apertá-los em meu coração? Ó céus, o que foi que fiz!

Por isso continuo me perguntando: por que não fiz isso antes? Por que não dei esta chance a mim e a eles? Por que não suportei tudo o que aconteceria pelos filhos de outrora? Enfrentar meus pais, a sociedade, os amigos? A vergonha?

Ora, mil vezes menos doloroso para mim seria ter enfrentado tudo aquilo, do que ter agora na consciência este verme horrível, que me corrói a alma, me machuca o coração! Que me fez derramar tantas lágrimas! E não minta, você mãe que também abortou, dizendo que não sente isso! Se a sua alma está tão entorpecida que não mais sente as mesmas coisas, cuidado, ela corre riscos.

São perguntas, são dúvidas e cruzes que sempre carrego comigo. A cada nova experiência que tenho como mãe, me fustiga sempre o espírito sobressaltado, por essa contínua dúvida: como estarão minhas outras duas crianças? Seriam menino ou menina? E imagino seus rostinhos! E me parece ouvir suas vozes a ecoar pela casa!

E me chamando de mãe!

Cada carta que eu escrevo, cada desenho que faço junto com meus filhos vivos, são como punhaladas no meu coração, pois sei que os outros dois também fariam isso. Estariam aqui comigo! Enchendo minha casa de alegria! Porque eu não teria em meu coração esta sombra de um passado que insiste em não me abandonar!

Por isso eu suplico, do mais fundo do meu coração, a quem estiver na mesma situação que eu estive: por favor, por favor, não façam isso! Não aborte que isso é crime de morte! Tantas vezes já pensei que é maior a dor da mãe que a do filho, porque a dele é momentânea, a nossa contínua. Deem a si essa chance, que é única, e que jamais lhes será dada de volta! Amem, e desejem e esperem esta criança, com grande alegria, essa vida que será para vocês um verdadeiro presente de Deus!

Há sempre uma solução, mesmo que aparentemente não haja saída. Mentem as mães que matam os seus filhos, dizendo que são pobres para criar: quem cria e quem sustenta é Deus! Se agarrem Nele, e nada lhes irá faltar! Ou Deus mentiria?

Por que tantas mães cometem esta atrocidade, escudadas na falsa premissa de que não darão conta de criar seus filhos? Porque vivem longe de Deus! Ele é Pai! Ele quem cuida! Então por que matar? Em último caso há tantos casais que gostariam de adotar!

E assim, quem tem a oportunidade de fazer tudo diferente do que fiz não a desperdice! Não faça como eu, que fui covarde, mesquinha, só pensei em mim. Porque cedo ou tarde tudo vem tudo à tona, nenhuma mulher que aborta escapa disso, pois com certeza o remorso virá ocupar o tremendo vazio que foi deixado em sua alma por aquela vida ceifada. Tão cruelmente!

No mais, nos últimos dias, depois que escrevi ao Arnaldo pedindo que batizasse as minhas crianças, e ele me escreveu dizendo que Sálvio havia feito, mais um pouco de alivio me foi dado, porque agora sei que as minhas crianças estão no Céu, que de lá juntinho de Deus intercedem por mim, para que eu dê aos outros filhos que gerei, todo o amor que tinha reservado para eles. Estou mais livre agora!

Que Deus, na sua infinita misericórdia se compadeça de mim, e em Seu misericordioso coração venha em auxílio destes milhares de mães, ainda vivas, e que abortaram seus filhos, para que busquem auxílio e conforto nos Sacramentos da Igreja, especialmente na Confissão e na Eucaristia em estado de graça. Vão ao sacerdote, tirem este peso da consciência, senão jamais terão sossêgo!

No mais, que também batizem seus filhos, para que do céu eles as auxiliem, como sinto agora que os meus dois pequeninos fazem. Só assim, muito lentamente, se poderão livrar deste tormentoso remorso, que nos acompanha sem dar sossego.

Por favor, não levem em consideração os eventuais erros e estruturação do texto, pois escrevi de um folego só. Peço ao Arnaldo que corrija o que for preciso. Mais uma vez obrigada! (Assina: V...)

 


Fonte: http://www.recadosaarao.com.br/artigo_ler.asp?id_artigo=4094



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