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Artigo N.º 1244 - O Exorcismo feito por João Paulo II
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Postado em: 22/03/09 às 22:48:43 por: James
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Para complementar a leitura anterior:

Entrevista com o Pe. Grabriele Amorth,
- Satanismo e Possessão


Inimigos eternos

Ao exorcizar uma jovem nos domínios do Vaticano, o papa João Paulo II
reafirma a existência do demônio e convoca os católicos a enfrentar as
possessões

Plínio Lepri/AP



Na ofensiva A luta contra Satanás, anjo que desafiou Deus na origem do
mundo, durará até o final dos tempos, prega a Igreja Católica

O peso dos 80 anos de idade e os sintomas do mal de Parkinson não impediram
o papa João Paulo II de enfrentar seu maior inimigo: Satanás, um anjo tão
degradado que desafia Deus e tenta desviar a humanidade para o pecado e a
infelicidade, segundo a tradição católica. Aconteceu na tarde de 6 de
setembro. O pontífice recebeu na Santa Sé uma italiana de 19 anos que
apresentava sinais de possessão demoníaca. Ela urrava palavras estranhas e
sentia-se agredida por símbolos cristãos, como a cruz. A batalha de orações
durou 30 minutos. João Paulo II abraçou-a e rezou para livrá-la da
influência maligna. Não chegou a cumprir os longos rituais do exorcismo, que
incluem a leitura de textos bíblicos e até um interrogatório ao diabo. Fez o
que a Igreja chama de exorcismo menor. Concedeu a bênção, e a garota se
acalmou. Horas depois, ela mergulhou em nova crise. Não estava curada.

A identidade da jovem foi mantida em segredo. Sabe-se que ela vive na
região da Úmbria, no norte da Itália, e tem surtos desde os 12 anos. Médicos
e psiquiatras tentaram, em vão, curá-la. Antes de recorrer ao papa, a garota
foi atendida pelo padre Gabriele Amorth, exorcista-chefe de Roma, mas não
reagiu aos rituais. Então, levaram-na à Praça São Pedro, para assistir à
audiência semanal de João Paulo II. Surpreendentemente, ele decidiu
recebê-la. Foi a terceira vez, em 20 anos de pontificado, que o papa assumiu
pessoalmente a missão de exorcizar.


Líbero

6 de setembro de 2000 A bordo do papa-móvel, João Paulo abençoava a
multidão na Praça São Pedro quando uma jovem italiana começou a gritar
insultos, com voz rouca O bispo Gianni Danzi, secretário-geral da Cidade do
Vaticano, tentou acalmá-la com um crucifixo. A jovem passou a afrontá-lo e a
dizer frases desconexas Avisado, o papa recebeu-a no Vaticano. Rezou e
prometeu celebrar missa para "conseguir sua libertação". O efeito foi
temporário. Ela voltou a ficar agitada horas depois

Sabe-se pouco sobre o primeiro ritual, ocorrido no final dos anos 70. O
segundo combate contra Satanás foi registrado nas memórias do cardeal
francês Jacques Martin, morto há oito anos. No dia 4 de abril de 1982, João
Paulo II cumpriu as regras canônicas do exorcismo com uma mulher italiana
identificada como Francesca F. O cardeal deixou o seguinte relato: "Ela
rolava pelo chão, berrando. O papa começou a rezar, pronunciando em vão
vários exorcismos, e disse à mulher: 'Amanhã rezarei uma missa por ti'.
Repentinamente, Francesca voltou ao normal e pediu desculpas ao pontífice.
Um ano depois, perfeitamente curada, compareceu com o marido a outra
audiência com o papa".

A participação de um pontífice em rituais de exorcismo é carregada de
simbolismo. João Paulo II quis reafirmar que o mal existe e os católicos
devem combatê-lo. Na Idade Média, quando a medicina era incapaz de
diagnosticar doenças psiquiátricas, crises histéricas eram interpretadas
como possessão demoníaca e os exorcistas convocados a resolver o problema.
Os avanços da ciência moldaram um novo pensamento da Igreja, que relegou o
exorcismo a uma atividade quase supersticiosa. O Concílio Vaticano II, em
meados dos anos 60, estabeleceu que apenas sacerdotes autorizados pela
hierarquia católica poderiam exorcizar. Tais permissões foram
extraordinárias. Em 27 anos à frente da Arquidiocese de São Paulo, dom Paulo
Evaristo Arns não deu chancela oficial a nenhum exorcismo. "Os casos de
possessão são raríssimos", diz o teólogo beneditino dom Estevão Bittencourt,
da Arquidiocese do Rio de Janeiro. O padre jesuíta Oscar Quevedo,
especialista em parapsicologia, é mais radical. "Exorcismo não existe", diz.
"Nunca vi um caso que não pudesse ser explicado pela psicologia e pela
parapsicologia."

A desconfiança não impediu que a tradição se mantivesse, de forma quase
clandestina, em missas rezadas por padres que crêem em possessões. Na Igreja
de Santana, no Centro do Rio, o pároco Nelson Rabelo, de 80 anos, realiza
exorcismos que atraem 400 pessoas por semana. Ele pratica um ritual de
bênçãos e orações que dura duas horas e meia. Depois de uma longa preleção
sobre as armadilhas de Satanás, borrifa os fiéis com água benta. Alguns
deles tremem, reviram os olhos e têm convulsões. "Foge daqui Satanás,
inventor e mestre de todos os enganos. Retrocede diante de Cristo", brada.
Padre Nelson saboreou o episódio do exorcismo papal como uma vitória
pessoal, em entrevista, na terça-feira passada, ao jornal Extra.

(...)

O demônio também deixou de ser comparado a figuras de animais, como o bode.
Converteu-se num ente espiritual. Escrito em latim, o livro De Exorcismis et
Supplicationibus Quibusdam recomenda que os supostos casos de possessão
sejam submetidos a psiquiatras antes que se recorra a um padre-exorcista. No
lançamento da obra, o Vaticano fez questão de alardear o que considera ser
um desvio de comportamento entre o clero e os fiéis. "Há católicos que não
foram educados de forma adequada para a fé e duvidam da existência do
diabo", disse o cardeal Jorge Arturo Medina Estévez, prefeito da Congregação
para o Culto Divino. "O maligno está em toda parte: na crença de que o
dinheiro traz felicidade e de que a liberdade individual pode sobrepor-se à
vontade divina."

A Igreja Católica perdeu fiéis no período em que relegou o exorcismo,
enquanto as igrejas evangélicas pentecostais arrebanhavam multidões com
rituais espetaculares. Neles, o diabo é supostamente escorraçado do corpo
dos possuídos. "As religiões pentecostais atribuem ao diabo o desemprego, a
doença, a traição", diz o teólogo João Décio Passos, da PUC de São Paulo.
Margarida Oliva, autora de O Diabo no Reino de Deus, acrescenta: "A
consciência humana não evoluiu o bastante e precisa de um demônio para
apaziguar culpas e evitar responsabilidades". Não por acaso, a Renovação
Carismática, braço pentecostal da Igreja Católica, reintroduziu nos cultos o
temor a Satanás. Os padres carismáticos raramente praticam exorcismo, mas
celebram missas para "cura e libertação", que se propõem, entre outras
coisas, a afastar o demônio.

(...)




O bem contra o mal

O que diz o manual de exorcismo do Vaticano Sinais que caracterizam a
possessão demoníaca: Falar línguas estranhas Exibir força descomunal,
desproporcional ao biotipo do indivíduo Referir-se a coisas e lugares que a
pessoa jamais viu Repudiar Deus, a Virgem Maria, os santos, a cruz e as
imagens sacras O ritual autorizado pela Santa Sé: Começa com a aspersão de
água benta sobre o possuído, seguida de orações e leitura de textos bíblicos
O exorcista põe as mãos sobre a pessoa e invoca o Espírito Santo para que o
demônio saia do corpo A cerimônia é encerrada com a apresentação da cruz,
símbolo do poder de Cristo sobre o diabo Apenas sacerdotes outorgados pelas
autoridades eclesiais podem fazer o ritual, e em recinto fechado


Entrevista

"Há uma multidão de diabos"

Exorcista de Roma conta que é preciso vários anos para expulsar o demônio de
um possuído

O padre Gabriele Amorth, de 74 anos, preside a Associação dos Exorcistas
Italianos. Em 14 anos de atividade fez cerca de 50 mil exorcismos. Autor de
livros sobre o assunto, promove um congresso anual em Roma em que reúne
praticantes do rito vindos de todo o mundo. Ele atendeu a jovem italiana
exorcizada pelo papa. Na quinta-feira, foi entrevistado por Assimina Vlahou,
de ÉPOCA:

ÉPOCA: Por que a jovem atendida pelo papa voltou a ter crises?

Gabrielle Amorth: Ela é possuída pelo demônio desde os 12 anos. Agora tem
19. Quando se trata de casos graves, é preciso tempo para obter sucesso.
Anos e anos. A bênção do papa foi, sem dúvida, um forte impulso.

ÉPOCA: Dos 50 mil casos que o senhor tratou, quantos foram resolvidos?

A morth: Muitos. A maior parte se livra do problema. Em casos de possessão
média, são necessários quatro ou cinco anos, uma sessão por semana. Exorcizo
várias pessoas há até dez anos. Mas pode acontecer de libertar um possuído
em poucos meses. Depende de quanto ele colabora.

ÉPOCA: O diabo é um só?

Amorth: Não, o diabo é uma multidão. Diz Santo Agostinho que, se fossem
visíveis, encobririam o sol. Satanás é o chefe de uma hierarquia.

ÉPOCA: Cenas como as do filme O Exorcista, de 1973, são verossímeis?

Amorth: Os cineastas usam muitos artifícios espetaculares, como os vômitos.
O filme tinha coisas justas. Foi baseado num caso verdadeiro e o diretor
contou com a assistência de um exorcista. As pessoas possuídas não se
transformam daquela maneira, apenas dizem coisas diferentes e mudam a voz.

ÉPOCA: Qual é a etapa mais difícil em uma sessão de exorcismo?

Amorth: Conseguir que os demônios falem. Eles querem ficar escondidos. No
caso da moça recebida pelo papa, só depois de duas horas conseguimos que ele
dissesse algo. Admitiu responder apenas sim e não. Com a mão da moça,
informou quantos diabos estavam presentes – eram quatro.


Fonte: Revista Época



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