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Artigo N.º 950 - O RFID vai etiquetar o mundo
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Postado em: 12/01/09 às 00:50:34 por: James
Categoria: Destaque
Link: http://www.espacojames.com.br/?cat=41&id=950
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RFID é a sigla para Radio Frequency Identification, ou Identificação por Radiofreqüência. Trata-se de uma tecnologia em ascensão que foi desenvolvida pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, e que utiliza ondas eletromagnéticas para acessar dados armazenados em um microchip.

A solução é descendente da tecnologia dos transponders que foram utilizados pelos ingleses na 2ª Guerra Mundial. O transponder ainda é usado e funciona recebendo e transmitindo sinais quando uma “pergunta”, em forma de pulso eletrônico, é feita. Quando foi utilizado na 2ª Guerra, ele identificava os aviões da Royal Air Force (RAF – Força Aérea Real). Assim, quando uma aeronave surgia no radar e não “respondia” com seu transponder, ela era identificada como inimiga e abatida.

O RFID pode ser visto como um transponder muito mais barato e simples e que por isso pode ser usado para identificar praticamente qualquer coisa. Como um CPF ou RG, a parte de identificação do RFID é composta por um conjunto de números. Cada chip tem um código eletrônico de produto que é único (também conhecido como EPC – Electronic Product Code) e que pode ser consultado por meio de antenas de radiofreqüência. Ou seja, quando a etiqueta é colada em uma lata de refrigerante, uma televisão, um cachorro ou uma pessoa, a etiqueta, ou tag, transmite a informação para antenas com freqüência compatível e essas antenas ativam o chip, eletronicamente, identificando o produto.

Igual ao código de barras?

Roberto Matsubayashi, gerente de soluções da GS1 Brasil – que discute a padronização da tecnologia em todo o mundo – explica as diferenças entre o RFID e o código de barras. “O código de barras define uma unidade de estoque. Por exemplo, para todas as latas de 300g de massa de tomate há um único código. Já no RFID cada etiqueta tem um EPC, ou um número único – o que facilita o controle de estoque e o rastreamento dos produtos”, detalha. Regiane Relva, professora universitária de Tecnologia da Informação na Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), completa: “O RFID pode resgatar qualquer informação vinculada a um produto devidamente etiquetado com o chip”.

RFID no Brasil

Regiane Relva acrescenta que o baixo custo do RFID possibilita a ampliação do número de aplicações da tecnologia. “O custo é relativamente baixo, cerca de R$ 0,10 por chip etiquetado”, diz. No Brasil, o sistema de cobrança de pedágio “Sem Parar” – que permite o trânsito livre de veículos por pedágios e estacionamentos de shoppings – utiliza a tecnologia RFID. O carro, quando passa, é identificado e ao final do mês, o dono daquela identidade eletrônica recebe uma conta do que foi consumido com a tal etiqueta.

E o RFID começa a ganhar espaço no varejo brasileiro. A Companhia Brasileira de Distribuição (CDB), que faz parte do Grupo Pão de Açúcar (GPA), e as empresas Gillette, Procter&Gamble, CHEP e Accenture realizaram um projeto-piloto com o uso de RFID no Brasil. O Grupo Pão de Açúcar participou com sua estrutura de distribuição, a Gillette e a Procter&Gamble contribuíram com seus produtos. Já a CHEP e a Accenture ficaram com a infra-estrutura e a consultoria tecnológica do projeto.

A primeira fase do projeto foi concluída em fevereiro de 2005 e durou cinco meses. O projeto envolveu cerca de 1000 paletes, plataformas nas quais são armazenadas as caixas dos produtos. Esses produtos receberam etiquetas RFID e foram monitorados durante o processo de transporte da área de armazenamento até as lojas do Grupo Pão de Açúcar. Ou seja, nessa fase, não foi testado o uso do RFID em pontos-de-venda. "Esse experimento será importante para o desenvolvimento gradual do mercado, que precisa se preparar e se adequar com novas ferramentas para atender as mudanças que esse conceito provocará  na cadeia de suprimentos", afirma Ney Santos, diretor de Tecnologia da CBD.

Todos os dados de controle de entrega foram armazenados em um aplicativo comum aos participantes do projeto. Com isso, foi possível acompanhar o ciclo dos pedidos, montar inventários em tempo real, inibir o roubo de cargas, identificar em qual fase do processo de entrega houve danos aos paletes e produtos e facilitar o planejamento da encomenda de novos produtos. "Os custos para a implantação total desse novo sistema no país são elevados, mas há de se buscar formas alternativas e criativas para solucionar a questão", declara Santos.

RFID no Mundo

Em países como os EUA e a Alemanha, o RFID já é usado para controle de estoque. “Com o uso dessas etiquetas, será possível registrar automaticamente quando e o quê os consumidores selecionam nas gôndolas. Assim, a solicitação para reposição imediata do produto comprado é feita automaticamente. Isso reduz custos operacionais de administração de estoques”, explica Regiane. Outra utilidade já dada às etiquetas é a prevenção de furtos em lojas, shoppings e supermercados.

“A idéia é que os caminhões e as mercadorias possuam os tags. Assim será possível rastrear a mercadoria durante todo o processo de distribuição. Isso também ajuda a evitar o roubo de cargas, uma vez que os veículos poderão estar integrados a um sistema de rastreamento por satélites”, completa a professora.

Privacidade

Mas à medida que cresce o uso da tecnologia RFID, aumentam também as discussões éticas que envolvem o tema. As etiquetas em si não têm capacidade para armazenar dados pessoais dos consumidores; elas apenas guardam um número que possibilita a identificação de um produto adquirido por essas pessoas. A polêmica, porém, tem início quando as lojas começam a associar o comprador ao produto sem o seu consentimento - o que pode ser feito também, mas não somente, com a tecnologia RFID. Abre-se um canal para que cartões bancários sejam enviados sem solicitação, e que promoções indesejadas sejam oferecidas sem prévio consentimento do usuário.

Regiane Relva afirma que esse tipo de ação, no entanto, já acontece atualmente, mesmo com o uso limitado da tecnologia RFID. “Pouca gente sabe que quando se inscreve em um programa de fidelidade de um supermercado, por exemplo, cria-se uma imensa lista com tudo o que é comprado. Depois, essa informação é usada para mandar propaganda direcionada”, destaca. “Em cada venda somos levados a fornecer nossos dados, e os argumentos são vários: descontos irresistíveis, milhagem, regalias. Até a legislação federal pede para que todas as vendas sejam associadas a um CPF”, analisa a professora.

Padronização

Ainda não há definição legal quanto à padronização da tecnologia – o que facilitaria o estabelecimento de um regulamento ético a ser seguido. A EPCglobal é uma das entidades mundiais sem fins lucrativos que defende a padronização da identificação por radiofreqüência. A GS1 também trabalha para o estabelecimento de padrões de uso para a tecnologia. “A proposta para um padrão único já existe e está sendo discutida mundialmente”, conta Roberto Matsubayashi, gerente de soluções da GS1 Brasil.

O executivo explica que as especificações surgem à medida que a tecnologia é implantada. “As empresas explicam o que precisam, como maiores distâncias de leitura das etiquetas, novas chaves para criptografia, ou maior taxa de transferências de dados, e a gente tenta elaborar um padrão que dê conta de todas essas necessidades”, diz.

Matsubayashi faz questão de lembrar que a privacidade do consumidor também é levada em conta quando se discute o assunto e que um Comitê de Políticas Públicas foi criado para tratar de questões que envolvem o assunto. “Os produtos que usam a tecnologia deverão contar com algum tipo de selo que informe o cliente que sobre o uso de etiquetas RFID, por exemplo”, conta. Inutilizar a etiqueta assim que ela sai da loja é outra medida que, segundo o executivo, é válida para proteger o comprador. Quanto à segurança no uso da tecnologia, Regiane Relva lembra que a tecnologia está exposta. “Como é baseada em redes sem fio o RFID está sujeito às invasões de hackers e vírus”, alerta Relva.

Limites e perspectivas da tecnologia

Segundo Regiane Relva, uma série de dificuldades tecnológicas ainda tem de ser superadas para que o RFID conquiste mais espaço no mercado. Entre os obstáculos, está dificuldade de leitura e gravação de dados em ambientes próximos a metais ou líquidos - supermercados, por exemplo. Alguns desses problemas foram constatados no projeto piloto conduzido pelo Grupo Pão de Açúcar. Docas metálicas, líquidos e gel atrapalharam a leitura de dados, o que exigiu o reposicionamento das antenas de captação de sinal. Mesmo assim, o índice de leitura obtido foi de 97%, segundo o Pão de Açúcar.

Para Regiane Relva, “ainda há vários detalhes a acertar, mas o RFID já está engatinhando e quase aprendendo a andar”, comemora. Muitos dos novos usos da solução foram apresentados durante a CeBIT 2006, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo que acontece anualmente em Hannover, na Alemanha.

Uma delas é a geladeira do futuro. Com um leitor de chips RFID, o eletrodoméstico identifica os produtos estocados e avisa ao usuário quando um produto com a etiqueta está acabando ou perderá a validade. Já a máquina de lavar roupas do futuro identifica a roupa pelo chip e avisa ao usuário qual ciclo da máquina deve ser utilizado para não estragá-la. Outra novidade que se vale da tecnologia é o provador do futuro. Trata-se de um espelho que interage com o público à medida que as roupas – etiquetadas – são retiradas das gôndolas. A idéia do protótipo é que no futuro, o próprio cliente seja “escaneado” dos pés à cabeça e que ele se veja “vestido com as roupas” sem ter que experimentá-las.




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