

Postado em: 07/10/10 às 07:54:35 por: James
Categoria: Destaque
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Depois de Matilde de Hackeborn, o Pontífice quis dedicar sua catequese semanal à segunda das quatro grandes místicas alemãs da Idade Média: Gertrudes a Grande, cuja existência "não é somente coisa do passado, histórica", mas "continua sendo uma escola de vida cristã".
A amizade com Jesus - disse o Papa espontaneamente, fora do discurso, no final da catequese - "se aprende no amor pela Sagrada Escritura, no amor pela liturgia, na fé profunda, no amor a Maria".
Assim se pode conhecer "cada vez mais o próprio Deus" e se alcança "a verdadeira felicidade, a meta da nossa vida", acrescentou.
Gertrudes, discípula de Matilde, foi chamada de "a Grande", explicou, "por sua estatura cultural e evangélica: com a sua vida e seu pensamento, incidiu de forma singular na espiritualidade cristã".
"É uma mulher excepcional, dotada de talentos naturais particulares e de extraordinários dons da graça, de profundíssima humildade e ardente zelo pela salvação do próximo, de íntima comunhão com Deus na contemplação e disponibilidade para socorrer os necessitados".
Ainda que dela tenham conservado poucos escritos, pois o mosteiro de Helfta, onde morou, foi secularizado depois da Reforma, sabe-se que era uma mulher de vasta cultura e que dominava os saberes da sua época.
Não se sabe nada sobre sua origem familiar, somente que entrou no mosteiro aos 5 anos.
"Gertrudes foi uma estudante extraordinária, aprendeu tudo o que podia aprender das ciências do Trívio e do Quadrívio; era fascinada pelo saber e se dedicou ao estudo profano com ardor e tenacidade, conseguindo êxitos escolares muito além de toda expectativa", explicou o Papa.
Apesar dos seus êxitos, em um determinado momento "começou a sentir desgosto por tudo isso, percebendo sua vaidade".
No dia 27 de janeiro de 1281, Gertrudes recebeu uma revelação mística, na qual o próprio Jesus lhe apareceu como um jovem. "A partir daquele momento, sua vida de comunhão com o Senhor se intensificou", contou o Papa.
"Sua biógrafa indica duas direções do que poderíamos chamar de particular ‘conversão sua: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos, e na observância monástica, com a passagem da vida que ela define como negligente à vida de oração intensa, mística, com um excepcional ardor missionário", acrescentou.
Gertrudes transforma seu saber em apostolado: "dedica-se a escrever e divulgar as verdades da fé com clareza e simplicidade, graça e persuasão, servindo com amor e fidelidade a Igreja, até o ponto de ser útil e bem-vinda para os teólogos e pessoas piedosas".
Obras suas são "Arauto do divino amor", "As revelações" e os "Exercícios espirituais", que o Papa qualificou como "uma joia rara da literatura mística espiritual".
"Parece-me óbvio que estas não são somente coisas do passado, históricas, mas que a existência de Santa Gertrudes continua sendo uma escola de vida cristã, de reto caminho, que nos mostra que o centro de uma vida feliz, de uma vida verdadeira, é a amizade com Jesus, o Senhor", concluiu.