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Artigo N.º 5854 - Terremoto do Chile: uma pequena amostra de nosso fim.
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Postado em: 05/08/10 às 08:09:26 por: James
Categoria: Destaque
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Uma pequena amostra de nosso fim: “Tudo era enlouquecedor!”

Benigno Manuel Bascur Muñoz - 20/04/2010

Terremoto no chile - Testemunho de um amigo dos arautos
Para mim, foi um milagre o fato de termos mantido, em tais circunstâncias, nossa integridade física e psíquica, porque tudo era enlouquecedor!

Benigno Manuel Bascur Muñoz

No dia do terremoto, minha esposa, nossas três filhas e eu estávamos hospedados num chalé do balneário marítimo de Pelluhue, bem próximo do epicentro. Como todo chileno, já havíamos presenciado muitos outros sismos, mas esse foi de uma violência atroz. Durante quase dois minutos os sismógrafos marcaram 8,8 graus na escala Richter! Ouviase um ruído subterrâneo estarrecedor e a terra tremia com tanta força que não conseguíamos ficar em pé.

Chegada do tsunami

Passada a fase mais intensa, enquanto se sucediam algumas réplicas, procuramos vestir-nos e prepararmo-nos para o que pudesse ocorrer.

Tudo havia ficado às escuras. A localização de nossa hospedagem - a uns setenta metros de distância da praia e a vinte de altitude - davanos uma vista privilegiada do Oceano Pacífico, iluminado pela luz da lua. De repente, percebemos as águas se retirarem, deixando à vista a areia do fundo marinho. No horizonte, avistava- se uma muralha de água negra coroada por uma estranha luminosidade: o reflexo do luar na espuma de uma onda de vinte metros de altura!

Abandonamos imediatamente a casa e, seguidos por outras pessoas, começamos a subir o morro. Os cinco membros da nossa família rezávamos em voz alta, e logo outras pessoas passaram a acompanhar as nossas orações. Vários dos que nos acompanhavam estavam aturdidos, outros tinham o terror estampado na face. À medida que subíamos, algumas pessoas perdiam forças e se detinham. Essas ficaram à mercê das circunstâncias...

Quatro ou cinco ondas gigantes

A certa altura, vimos a primeira onda entrar no povoado, derrubando tudo quanto encontrava no caminho. Logo após, retirou-se lentamente, arrastando destroços para o mar. Começou então uma série de redemoinhos que trituravam, como um liquidificador, entulhos das casas, automóveis, barcos, absolutamente tudo... O estrépito era aterrorizante; jamais tínhamos escutado ruídos iguais. Enquanto assistíamos impotentes ao pavoroso espetáculo, não cessamos de rezar, em voz alta, o Rosário.

Sobreveio em seguida a segunda onda, que avançou cerca de dois quilômetros terra adentro, pois a primeira já havia varrido quase todos os obstáculos... Retirou-se da mesma forma, produzindo também destrutivos redemoinhos. Creio que nenhum tipo de devastação compara- se à produzida pela fúria da natureza: esmagadora, paralisante e incrivelmente rápida.

Ao todo, quatro ou cinco ondas gigantes lançaram-se sobre o povoado. A ruína era total. Ao nosso redor, pessoas choravam por verem como as casas, com seus parentes, haviam sido tragadas pelo mar. Pouco depois das 6h, ocultou-se a Lua, deixando o morro em completa escuridão. Ali permanecemos até amanhecer, por volta das 7h30.

Calma, serenidade e lucidez surpreendentes

Quanto à nossa família, gostaria de ressaltar que, apesar da obscuridade, da confusão e de nos encontrarmos em uma cidade totalmente desconhecida, conseguimos manter uma calma, serenidade e lucidez surpreendentes que nos levaram a fazer sempre as opções corretas. Muitos dos que não conseguiram sobreviver estavam bem melhor preparados do que nós, do ponto de vista natural, para enfrentar um tsunami...

Penso terem sido as orações que fizemos a Maria Santíssima e aos nossos santos padroeiros as que operaram o milagre de conservar, em tão terríveis circunstâncias, nossa integridade física e psíquica, porque tudo era enlouquecedor! Sem a graça de Deus, a natureza humana não suporta atingir limites tão estressantes sem perder a lucidez. E em momentos como esse, tomar uma decisão errada pode ser fatal.

 


Fonte: enviado por Cláudio de Carvalho Rocha



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