Postado em: 26/10/09 às 21:20:04 por: James
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“Que nenhum africano fique sem o pão de cada dia”
Por Inma Álvarez
CIDADE DO VATICANO, domingo, 25 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- "Levanta-te, Igreja na África, família de Deus, porque te chama o Pai celestial, a quem teus antepassados invocavam como Criador, antes de conhecer sua proximidade misteriosa, que se revelou em seu Filho unigênito, Jesus Cristo. Empreende teu caminho de uma nova evangelização com o valor que procede do Espírito Santo."
Com estas palavras da homilia, Bento XVI concluiu hoje os trabalhos da assembleia sinodal que se reúne no Vaticano desde o dia 4 de outubro com o tema "A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. ‘Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo' (Mt 5, 13.14)".
O Papa animou os católicos africanos a serem testemunhas da reconciliação. "A Igreja reconciliada é um potente fermento de reconciliação em cada país e em todo o continente africano."
Por isso, advertiu, na Igreja "não podem subsistir divisões de tipo étnico, linguístico ou cultural".
"Sim, a fé em Jesus Cristo - quando é bem entendida e praticada - guia os homens e os povos à liberdade na verdade ou, usando as três palavras do tema sinodal, à reconciliação, à justiça e à paz", afirmou.
Para esta "urgente ação evangelizadora", explicou o pontífice, é necessário "um forte convite à reconciliação, condição indispensável para instaurar na África relações de justiça entre os homens para construir uma paz justa e duradoura".
"Enquanto oferece o pão da Palavra e da Eucaristia, a Igreja se empenha em agir, com todos os meios disponíveis, para que nenhum africano fique sem o pão de cada dia", afirmou.
"Por isso, junto à obra de primária urgência da evangelização, os cristãos intervêm ativamente na promoção humana."
"Nesta comprometida missão, tu, Igreja peregrina na África do terceiro milênio, não estás sozinha. Está perto de ti, com a oração e a solidariedade, toda a Igreja Católica, e do céu te acompanham os santos e santas africanos que, com a vida às vezes até o martírio, deram testemunho de plena fidelidade a Cristo."
Referindo-se às leituras do dia, o Papa afirmou que existe "uma mensagem de esperança para a África": "é a mensagem que o Senhor da história não se cansa de renovar para a humanidade oprimida de cada época e de cada terra".
"O desígnio de Deus não muda. Através dos séculos e das voltas da história, Ele aponta sempre à mesma meta: o Reino da liberdade e da paz para todos", afirmou, em particular "aos irmãos e irmãs que sofrem pobreza, doenças, injustiças, guerras e violências, migrações forçadas".
O Papa recordou que este sínodo se enlaça com a doutrina da Igreja sobre o desenvolvimento dos povos, em especial com a Populorum progressio, que aponta para "um desenvolvimento respeitoso das culturas locais e do meio ambiente".
"Isso significa transmitir o anúncio de esperança segundo uma forma sacerdotal, isto é, vivendo em primeira pessoa o Evangelho, procurando traduzi-lo em projetos e realizações coerentes com o princípio dinâmico fundamental, que é o amor."
O Papa pediu aos padres sinodais, que voltam a partir de hoje aos seus respectivos países, que transmitam ao povo "o convite que ressoou tão frequentemente neste sínodo à reconciliação, à justiça e à paz".