Postado em: 23/06/14 às 10:53:23 por: James
Categoria: Destaque
Link: http://www.espacojames.com.br/?cat=41&id=12410
Marcado como: Artigo Simples
Ver todos os artigos desta Categoria: Destaque
A Copa do Mundo 2014 estava para iniciar no Brasil, no último dia 12 de junho, e um entusiasmo frenético pela disputa já havia tomado conta de Bangladesh, como sempre ocorre a cada quatro anos.
Nada consegue diminuir a paixão que este país do Sul da Ásia tem por futebol, nem mesmo sua perene baixa classificação junto à FIFA [en] – neste ano ficou na posição 167. Bengalis podem não ter a oportunidade de celebrar os feitos de seu próprio time durante os campeonatos da Copa do Mundo, mas acompanham com fervor e torcem apaixonadamente por seus times estrangeiros favoritos.
A maioria dos bengalis são fãs incondicionais dos times, seja do Brasil ou da Argentina. A rivalidade entre os dois times se apodera de cada fã bengali.
Ahmad-Musa relata [bn] em seu blog Somewhereinblog: A guerra futebolística terá início, em São Paulo, no dia 12 de junho. Bangladesh inteira estará, praticamente, dividida entre dois campos – Brasil e Argentina. Tal demonstração de suporte a um dos dois times estará representada em cada residência. Todo bairro encontra-se repleto de espírito competitivo sobre quem será capaz de hastear a bandeira de seu time antes de seus vizinhos. Estão ocorrendo debates calorosos, acompanhados de um sem fim de xícaras de chá, sobre quem terá hasteado a maior bandeira, qual time conta com o maior número de torcedores, etc.
Os comerciantes estão prontos para ganhar dinheiro extra com a venda de camisetas de vários países, à medida que o negócio aumenta em antecipação à Copa do Mundo FIFA no Brasil.
Todos exibem fidelidade a seus times não só nas camisetas que vestem, mas principalmente nas mídias sociais.
Alfaiates fazem bandeiras do Brasil e da Argentina numa oficina em Dhaka, em preparação para a Copa do Mundo.
A venda de bandeiras das nações competidoras alcançam o patamar mais elevado durante o período da Copa do Mundo. Torcedores e fãs exibem bandeiras de seus times favoritos em suas casas, um fenômeno que levou o blogueiro Sobak Pakhia a fazer o seguinte comentário:
O governo poderia arrecadar dinheiro se cobrasse uma taxa de pessoas que hasteassem bandeiras do Brasil e da Argentina.
Ashiqur Rahman Rean escreveu no Facebook: Neymar e Messi deveriam ganhar “participação de receita” advinda da venda de bandeiras em Bangladesh durante a Copa do Mundo: eles ficariam doidos se soubessem as estatísticas de venda aqui.
O curioso é que, embora o país não tenha sido escalado para jogar na Copa do Mundo, sete times internacionais jogarão vestindo camisetas feitas em Bangladesh. Zubayer Aziz está orgulhoso deste fato. Ele tuitou:
As camisetas usadas pelos jogadores brasileiros para a Copa do Mundo terão sido feitas em Bangladesh e, com orgulho, trarão este registro nas etiquetas.#MadeInBangladesh
O blogueiro e educador, Ragib Hasan, levantou a seguinte questão no Facebook:
Em meio à presença, por toda parte, das bandeiras do Brasil e da Argentina, onde fica nossa bandeira bengali? De acordo com a legislação sobre o uso de bandeiras, pode-se hastear uma bandeira estrangeira somente quando se hasteia também a bandeira bengali, a qual deve ser exibida, em toda sua glória, num patamar mais elevado. Tudo bem quando se trata de fanatismo e divertimento ao redor de esportes (e do futebol). Faz parte de nossas vidas, é um tônico em nosso cotidiano. Mas ao mesmo tempo que temos este comportamento, também temos que nos lembrar de respeitar e honrar nossa própria bandeira nacional. Não devemos nos esquecer disto; alcançamos nossa bandeira com o sacrifício de nossos mártires, e foi o sangue deles, o sacrifício deles, que nos trouxe esta bandeira – e não qualquer sangue brasileiro ou argentino. Portanto, vá em frente, hasteie a bandeira de seu time favorito, mas ao mesmo tempo, deixe que nossa bandeira nacional voe mais alto, como símbolo de nosso orgulho nacional, nossas alegrias e tristezas.
Fonte: Global Voices