Postado em: 17/09/19 às 22:56:40 por: James
Categoria: Professor Felipe Aquino
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O conceito de inspiração implica na inerrância bíblica, em sua infalibilidade. No entanto, devemos compreender a extensão dessa infalibilidade
Todas as coisas possuem limites: não é diferente para a Bíblia!
Não poucas vezes, nos defrontamos com pessoas que querem “provar” a todo custo que a Bíblia está cheia de erros científicos, não possui harmonia entre seus vários livros, cai diversas vezes em contradição e tem diversas passagens lendárias. E chegam a exemplificar:
Ao abandonar seus pais, com quem Caim se casou, já que não havia mulheres filhas de Adão e Eva? (Gn 4,17);
Quantos soldados havia em Israel e em Judá? 800 mil e 500 mil, respectivamente, segundo 2 Sm 24 ou 1100 e 470 mil, respectivamente, segundo 1Cr 21?;
Mateus atribui ao profeta Jeremias uma profecia de Zacarias (Mt 27,9);
Judas se suicidou por enforcamento (Mt 27,5) ou por pular em um precipício (At 1,18)?
E os exemplos se multiplicam…
Tais argumentos fazem aparecer pessoas “iluminadas” que, crendo na total infalibilidade da Bíblia, encontram respostas inúteis, tais como defender que Judas se enforcou numa árvore próxima de um abismo, tendo caído neste assim que a corda se rompeu!!! Da mesma forma, Galileu Galilei quase foi queimado pela Inquisição por defender que a terra girava em torno do sol e não o contrário, como todos até então acreditavam; isso porque parecia contradizer a passagem de Js 10,12-13, que afirma que o sol parou por ordem de Josué.
Vemos, assim, que tais discussões são inúteis e extremadas! Tudo por causa do conceito de inerrância ou infalibilidade da Bíblia que não é visto de acordo com a verdade. E qual é a verdade? É que a Bíblia é um livro de fé e não um livro de ciências! É infalível para doutrinas da religião, mas não o é para a ciência.
Deus, quando inspirou os homens que escreveram a Bíblia, esmerou-se por se fazer entender pela humanidade e, para isso, comunicou as verdades da fé usando a linguagem simples da época, que ainda era muito pobre em conhecimentos científicos. Mas não poderia ser diferente! Se Jesus falasse de computadores, aviões e televisão em suas parábolas seria entendido por aquele povo? Haveria o Cristianismo hoje se seus apóstolos pregassem algo que não conhecessem?
Para nós que cremos em Deus, não interessa saber se a ordem da Criação está certa ou errada, se a princípio foi criado somente um casal de cada espécie ou não… para nós, o que nos interessa mesmo é saber – e ter a certeza – de que Deus criou tudo no universo: os astros, as estrelas, a terra, os animais e o gênero humano; interessa-nos saber que Deus nos ama, apesar de termos pecado contra Ele (pouco importando se foi porque comemos o fruto de uma árvore, mas porque de alguma forma o desobedecemos). Devemos saber que, por Seu Amor, Deus nos mandou seu Filho único, verdadeiro Deus feito homem, que nos libertou de uma vez por todas do pecado e nos alcançou a salvação… e por aí vai.
Concluímos afirmando que a Bíblia é, portanto, infalível nos assuntos de fé, como sempre foi e sempre será, não devendo invadir o campo da ciência, da mesma forma como esta também não deve se intrometer nos assuntos de fé, para os quais permanece incompetente.