Postado em: 25/08/09 às 12:06:16 por: James
Categoria: O Purgatório
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(Continuação...)
Maria Simma de Sonntag
Maria: Porque no momento da nossa morte, os méritos terminam. Somente aqui na terra se pode reparar os males que fizemos; e já as almas que estão no purgatório não têm mais essa possibilidade. Por isso os anjos têm ciúmes de nós, porque temos a possibilidade de crescer enquanto estamos sobre a terra. Infelizmente, muitas vezes, o sofrimento na nossa vida nos faz rebelarmo-nos e temos dificuldades de aceitar e de vivê-la bem.
Ir. Emmanuel: E como podemos viver o sofrimento para que possamos dar fruto?
Maria: O sofrimento é a maior prova do grande amor que Deus tem por cada um de nós, e se o oferecermos com todo coração, poderemos salvar muitas almas.
Ir. Emmanuel: Mas como poderemos acolher um sofrimento como um Dom e não como uma punição ou castigo?
Maria: É preciso oferecer tudo a Santíssima Virgem Maria, porque é Ela que melhor sabe quem precisa mais desta oferta para ser salvo.
Aqui, a propósito do sofrimento, quero contar-lhes um testemunho que Maria nos deu. Esse fato aconteceu no ano de 1954. Uma série de avalanches desastrosas se abateu sobre um vilarejo vizinho ao seu e causou gravíssimos danos. Outras avalanches se precipitaram em direção do lugarejo, onde mora. Mas, aconteceu que a avalanche parou de uma maneira quase milagrosa diante do lugarejo sem causar nenhum dano. Um certo dia, as almas lhe disseram que no lugarejo havia vivido e morrido uma mulher que por trinta anos esteve doente. Durante esse período havia sofrido terrivelmente e oferecido todos os seus sofrimentos pelo bem de sua pequena cidade. As almas lhe disseram ainda, que graças aos seus sofrimentos suportados com paciência nesses trinta anos, é que a cidade foi poupada de ser engolida pela avalanche. Se essa mulher tivesse tido uma boa saúde, não poderia ter protegido a sua cidade. Junto aos nossos sofrimentos suportados com paciência e oração, podemos salvar muitas almas. Não podemos olhar sempre o sofrimento como uma punição. Pode ser aceito como uma expiação, não só para nós mesmos, mas sobretudo, para os outros. Jesus Cristo era inocente e foi Ele que sofreu mais que todos como expiação pelos nossos pecados. Somente no céu saberemos totalmente aquilo que obtivemos por meio do sofrimento suportado pacientemente em união com o sofrimento de Cristo.
Emmanuel: Maria, existe por parte das almas do purgatório uma revolta por causa dos seus sofrimentos?
Maria: Não. Elas querem e desejam ser purificadas e compreendem que seus sofrimentos são necessários.
O VALOR DO ATO DE CONTRIÇÀO
Emmanuel: Qual é o valor da contrição e do arrependimento no momento da morte?
Maria: A contrição é importantíssima. Os pecados são comumente remidos, mas resta a conseqüência do pecado. Se desejam obter indulgência plenária no momento da morte, isto é, para irem diretamente ao céu, é preciso que as almas se libertem de tudo o que as prende.
E agora quero me referir a um testemunho muito significativo que nos contou Maria. Haviam pedido para que ela se informasse sobre uma mulher cujos parentes pensavam que havia se condenado por ter tido uma vida muito pecaminosa. Ela fora vítima de um acidente. Caiu de um trem que a fez morrer. Uma alma me disse que esta mulher havia sido salva de ir para o inferno porque no momento da sua morte havia dito: “Tu fazes bem em tirar minha vida, assim não poderei mais Te ofender”. E isto fez com que com Deus cancelasse os seus pecados. Isto é muito significativo, porque um só ato de humildade, de arrependimento no momento da morte, nos salva. Isto não significa que esta mulher não tenha passado pelo purgatório, mas se salvou de ir para o inferno que merecia por causa de sua conduta.
Ir. Emmanuel: Maria, queria te perguntar, ainda, se no momento da morte há um tempo em que a alma tem a possibilidade de voltar-se para Deus antes de entrar na eternidade? Um tempo, se queremos, entre a morte aparente e a morte real ?
Maria: Sim. O Senhor dá alguns minutos a algumas almas para que se arrependam de seus pecados e decidam se aceitam ou não ir para Deus. Neste breve tempo se vê, como um filme, a própria vida. Eu conheço um homem que acreditava nos preceitos da Igreja, mas não na vida eterna; um dia ele adoeceu gravemente e entrou em coma. Ele se viu em um quarto onde na parede haviam escrito todas as suas ações boas e más, depois os escritos desapareceram junto com a parede e tudo depois se tornou infinitamente belo. E depois que ele saiu do coma, decidiu mudar de vida.
Também este episódio é igual a tantos outros falados neste livro: “A vida, a outra vida”: a experiência momentânea da luz sobrenatural é tal, que aquelas pessoas não podem viver como haviam vivido antes.
Ir. Emmanuel: Maria, no momento da morte, Deus se revela com a mesma intensidade a todas as almas?
Maria: A algumas almas é dado o conhecimento da própria vida, e também do sofrimento futuro, mas não é igual para todas as almas. A intensidade da revelação do Senhor depende da vida de algumas almas.
Ir. Emmanuel: Maria, o diabo tem o poder de atacar no momento da nossa morte?
Maria: Sim, mas o homem tem a graça de resistir-lhe e de afastá-lo, porque se o homem não quer, o demônio nada poderá fazer.
Ir. Emmanuel: Ah, bem. E quando alguém sabe que deverá morrer logo, segundo você, qual é a melhor preparação que deve fazer?
Maria: Abandonar-se totalmente a Deus, oferecer todo o seu sofrimento e ser feliz em Deus.
Emmanuel: E como devemos nos comportar diante de alguém que está para morrer? Que coisa podemos fazer de melhor para ele?
Maria: Rezar muito e prepará-lo para morrer. Devemos dizer a verdade, fazer de tudo para que, possivelmente, tenha o conforto religioso.
Ir. Emmanuel: Maria, que conselho darias a quem deseja se tornar santo ainda nesta terra?
Maria: Ser humilde, muito humilde, não deve ocupar-se de si mesmo. Deve fugir do pecado, do orgulho, que é a armadilha mais perigosa do maligno.
Ir. Emmanuel: Maria, poderias dizer se podemos pedir ao Senhor para fazermos o nosso purgatório sobre a terra, para não fá-lo depois da morte?
Maria: Oh, sim. Eu conheci um Padre e uma moça que estavam todos dois doentes no hospital. A moça dizia ao sacerdote que ela havia pedido ao Senhor de poder fazer sobre a terra tanto quanto fosse necessário para ir direto ao céu, e o Padre respondeu que ele não ousava pedir isto a Deus. Estava vizinho aos dois uma religiosa que havia escutado toda a conversa. A moça morreu primeiro e em seguida morreu o Padre; e este Padre apareceu à religiosa dizendo:” Se eu tivesse tido a mesma confiança daquela moça, também eu teria ido diretamente para o céu”.
Ir. Emmanuel: Obrigada, Maria, por este testemunho.
Neste momento, Maria me pede cinco minutos porque deveria dar de comer às galinhas. Mas eis que ela vem rápido e continuamos a nossa entrevista.
TODAS AS ALMAS TEM AS SUAS PENAS
Ir. Emmanuel: Maria, existem diferenças de graus no purgatório?
Maria: Sim. Existe uma grande diferença de graus de sofrimentos morais. Cada alma tem um sofrimento único, que lhe é próprio. Existem milhares de graus.
Ir. Emmanuel: As almas do purgatório sabem que coisa deve acontecer no mundo?
Maria: Sim, não tudo, mas muitas coisas.
Ir. Emmanuel: E estas almas te disseram alguma vez que coisa deve estar para acontecer?
Maria: Dizem-me somente que têm alguma coisa em vista, mas não me revelam que coisa é. Dizem-me somente o que é necessário para a conversão do mundo.
Ir. Emmanuel: Diz-me Maria, os sofrimentos do purgatório são mais dolorosos e penosos do que os sofrimentos aqui na terra?
Maria: Sim, mas de maneira simbólica, fazem mais mal à alma.
Ir. Emmanuel: Sei que é difícil descrever, mas, Maria, Jesus vem muitas vezes ao purgatório?
Maria: Nenhuma alma jamais me disse coisa alguma. É a Mãe de Deus que vem. Uma vez perguntei a essa alma do purgatório se deveria ela mesma ir dar notícias a uma pessoa que queria notícias suas e ela me respondeu que não; é a Mãe da Misericórdia que dá as notícias. Nem mesmo os santos vão até o purgatório; ao contrário, são os anjos que estão lá, São Miguel... e cada alma tem o seu anjo da guarda vizinho.
Ir. Emmanuel: Oh! Que magnífico! Os anjos estão conosco! Mas o que fazem os anjos no purgatório?
Maria: Aliviam e consolam, e as almas podem vê-los.
Ir. Emmanuel: Oh! Belíssimo! Mas então, Maria, se continuas a falar dos anjos, me dá logo vontade de ir ao purgatório!