Reza a história que com apenas 7 tostões que recebera de
esmolas, conseguiu dar início à construção do esplendoroso Convento. Esta obra
milagrosa veio aumentar a sua fama e em 1602 o povo eleva-o a santo (tendo sido
reconhecido como tal pela Igreja apenas no séc. XVIII), passando a tratá-lo por
Beato António e a sua magnífica obra como Convento do Beato. Cedo toda a
freguesia onde fora edificado o Convento, passa a ser conhecida como freguesia
do Beato.
Os materiais usados na construção do Convento do Beato,
predominantemente mármores brancos com laivos de jaspes vermelhos de origem
nacional, conferem-lhe não só características únicas como também uma forte
resistência, como se comprovou aquando do terramoto de 1755. Nessa altura, o
Convento do Beato foi abrigo dos frades do Convento dos Lóios que consigo
trouxeram várias relíquias de valor inestimável que resgataram dos escombros e
das chamas.No final do séc. XVIII, uma das alas do Convento passa a ser
utilizada como Hospital Real Militar e em 1834 o negociante João de Brito compra
parte das edificações entretanto parcialmente destruídas por um incêndio de
grandes dimensões.
Assim se deu início à utilização do Convento para fins
industriais, instalando-se uma moderna unidade fabril onde funcionou pela
primeira vez em Portugal uma máquina a vapor. 15 anos mais tarde, em 1849, a
Rainha D. Maria II concede autorização para a utilização da marca “Nacional” nos
produtos daquela empresa, como reconhecimento ao industrial João de
Brito.Reconhecido ao longo dos anos pela sua magnífica construção, o Convento do
Beato foi em 1984 classificado pelo IPPAR como Património de Interesse Público,
tendo sido utilizado para a realização de vários eventos de cariz cultural.Em
1999, o Grupo Cerealis, vocacionado para a transformação de cereais, com
produção de massas alimentícias, farinhas, cereais para pequeno-almoço e
bolachas, adquire a “Nacional“. Ciente do valor inestimável que o Convento do
Beato tem, tanto para a cidade de Lisboa, como para o país, imprime uma gestão
mais dinâmica a este espaço, com projectos e obras de beneficiação que
proporcionaram uma maior notoriedade nacional e internacional a este espaço para
a realização de eventos.
A
beatificação é quando o Papa declara alguém Beato (ou
Bem-aventurado), a
canonização é quando o Papa declara que um beato é Santo, com
aconteceu com Santa Paulina (de Beata Paulina passou a ser chamada Santa
Paulina; o mesmo deverá acontecer um dia com os outros nossos beatos).
A primeira diferença entre a
beatificação e a canonização é quanto ao tipo
de ensinamento da Igreja.Quando o Papa declara alguém Beato isso é considerado
um ensinamento oficial da Igreja a respeito dessa pessoa. O que isso quer dizer?
Que ela viveu as virtudes cristãs de forma heróica, ou então, se é o caso de um
mártir, que ela recebeu um martírio verdadeiro (chama-se declaração de
magistério ordinário). Quando alguém é declarado santo é diferente: isso é feito
de forma solene, com uma declaração infalível, que só o Papa ou os bispos todos
do mundo inteiro unidos em Concílio podem fazer (Essa declaração é chamada
declaração de magistério infalível, ou seja, é um dogma, é uma verdade
irrevogável e definitiva). Quanto à vida virtuosa da pessoa, a canonização não
acrescenta nada de novo ao que já foi falado na beatificação.A segunda diferença
é quanto ao culto público que se presta a essas pessoas (culto público são as
orações oficiais e públicas a essa pessoa em igrejas e oratórios, missas,
veneração oficial de suas relíquias, etc.): com a beatificação a Igreja permite
que se preste culto público ao Beato somente em algumas regiões, ou seja, nas
regiões onde ele viveu, e na canonização esse culto é estendido ao mundo
inteiro, é universal.
Agora as
semelhanças: a primeira semelhança entre a beatificação e a
canonização é que ambas falam que essas pessoas tiveram uma vida virtuosa e
santa. A segunda semelhança é que, NA REGIÃO ONDE O BEATO VIVEU, ambas permitem
ali o seu culto público.Isso levanta uma questão: se formos olhar pela
conveniência pastoral, ou seja, o proveito espiritual dos fiéis, nos países onde
o beato viveu, a beatificação já é pastoralmente suficiente, pois permite o seu
culto público. Os beatos ali já fazem parte do centro da vida da Igreja, que é a
liturgia.