Lenço Branco de N. Senhora
Saiba o que é, como fazer e as orações necessárias.
A primeira conversa entre o Papa e Medvedev durou 27 minutos. Antes, o presidente tinha mantido um encontro de 15 minutos com o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, acompanhado do arcebispo Dominique Mamberti, secretário para as Relações com os Estados.
Proximidade
Segundo informa uma nota emitida pela Santa de Imprensa da Santa Sé, “no decorrer das conversas expressou-se satisfação por ambas partes pelas cordiais relações existentes e se decidiu estabelecer plenas relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Federação Russa”.
Por sua parte, a porta-voz do presidente russo, Natalia Timakova, confirmou que Medvedev ordenou que o Ministério de Assuntos Exteriores “transforme a representação da Federação Russa no Vaticano em Embaixada” e “referende os acordos alcançados nos correspondentes documentos”.
A União Soviética estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé em março de 1990, um ano antes de sua desintegração. Em janeiro de 1992, o Vaticano reconheceu a Rússia como sucessora jurídica da URSS, estabelecendo com ele relações no âmbito das representações permanentes.
Segundo este acordo, o “representante” do Vaticano na Federação Russa, atualmente o arcebispo Antonio Mennini, também será reconhecido como núncio apostólico por Moscou.
Presentes
O Papa entregou ao presidente uma cópia em russo de sua última encíclica, Caritas in Veritate, cuja impressão concluiu no dia anterior. Durante o encontro, ambos mantiveram “uma troca de opiniões sobre a situação econômica e política internacional”.
Segundo a nota vaticano, “analisaram-se os atuais desafios no campo da paz e da segurança”.
Falou-se ainda de temas culturais e sociais de interesse comum, como o valor da família e a contribuição dos crentes na vida da Rússia.
Medvedev presenteou ao Papa os 22 volumes que lhe faltavam da Enciclopédia Ortodoxa. Os tomos precedentes tinham sido presenteados ao pontífice por Vladimir Putin em 2007.
Ecumenismo
Nem o comunicado vaticano nem as declarações da porta-voz do chefe de Estado fazem menção às relações entre a Santa Sé e o patriarcado ortodoxo de Moscou, que nos últimos tempos melhoraram significativamente, no respeito das diferentes competências.
Na véspera, o arcipreste Igor Vyzhanov, secretário do Departamento para as Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, declarou a Interfax que a visita do presidente não era “uma missão de medição” entre ambas Igrejas, que têm seus próprios canais de comunicação.
Por este motivo, tampouco se fez referência nos comunicados à possibilidade de uma visita de Bento XVI à Rússia, pois a Santa Sé, em virtude das relações de irmandade que a unem à Igreja Ortodoxa, esperará um convite do patriarca de Moscou, Sua Beatitude Kirill.
Por sua parte, o patriarca, em declarações à última edição do semanário italiano “Panorama”, declarou que os responsáveis da Igreja Ortodoxa Russa “nunca excluíram a possibilidade de um encontro, adequadamente preparado, entre seu Primaz e o Papa”, algo que não acontece desde o cisma do Oriente, há quase mil anos.
A Federação Russa tem uma população de 140 milhões de habitantes, dos quais os católicos são 13 milhões.
