No passado mês de Dezembro, tive- mos um retiro para italianos com o Padre Ljubo Kurtovic, cuja particularidade foi o jejum, a oração e o silêncio, com catequeses adequadas e particularmente impregna- das do carisma dos jovens frades, que é de fazer penetrar a oração nos corações das pessoas. A sua suavidade e, ao mesmo tempo, a grande firmeza na exposição com verdade, leva a uma escolha consciente em sintonia com Jesus Cristo. De fato, do testemunho dos presentes e da alegria refletida no rosto de muitos, notava-se claramente o encontro com o Senhor.

Estes seminários foram iniciados pelo saudoso Pe. Slavko, a fim de fazer viver as Mensagens de Nossa Senhora: «Viver as Mensagens da Rainha da Paz é um meio de cura e une-nos a Deus», disse o Padre Ljubo. O objetivo do seminário é dar espaço

a Deus dentro de nós. O jejum abre-nos ao Senhor e dá-nos pureza de coração. Serve para nos purificar e crescer no amor: «se não se ama não pode sentir-se amado».

O jejum é um meio forte para descobrir o nosso inimigo interior, para tirar o véu dos nossos pensamentos e desejos, dando-nos assim a descoberta das nossas feridas e alcançando a cura. Para quem crê tudo é possível. Tudo é possível para quem abre uma porta à paz interior, porque o verdadeiro sentido é submeter-se a própria vontade à vontade de Deus.

Nos dias do retiro experimenta-se algo que nos faz dizer: «conheci-me a mim mesma, agora quero libertar-me daquela casca que reveste a minha humanidade».

É verdadeiramente um olhar para dentro de nós e encontrar o tesouro escondido, ver por dentro e compreender que é Ele que nos espera com um abraço e aperta-nos para unir o Seu Coração ao nosso e inflamar-nos com um Amor infinito; tanto que não se pode deixar de doá-lo a quem está ao nosso lado. Viver com o pão, como nos recorda o Pe. Ljubo, leva à necessidade de parti-lo não só material- mente e comê-lo com os outros, mas partir-se e dar-se aos outros.

O jejum é um grande dom que Deus nos concede, dando-nos também a força de fazê-lo. É uma oração que interessa a todas as pessoas na sua unidade psicofísica e espiritual, que nos oferece como louvor de amor ao seu Deus e torna um tudo um com Ele. É muito mais que receber simples graças, recebe-se o Tudo que se dá sem medida e é amor e paz infinita.

O jejum exige uma preparação espiritual, para não sermos como as virgens loucas sem azeite e perdermos uma outra ocasião de crescimento espiritual. Não é difícil se fizermos silêncio em nós, se deixarmos a nossa vontade aos pés do Altar e nos deixarmos guiar pela nossa alma. Ela sabe perfeitamente a quem se ligar.

Devemos fazer uma viagem decisiva na nossa vida, em devido tempo; devemos viver as Mensagens de Nossa Senhora e ousar fazer vôo da águia. A Santíssima Virgem Maria dá-nos um percurso bem traçado, a percorrer de modo seguro. O caminho leva a Jesus, à santidade que marcou com as «5 pedras», sendo os pontos certos. Basta sair das próprias seguranças humanas e iniciar a aventura estupenda de uma nova vida.

Para ser testemunho crível é necessário fazer a experiência e anunciar o que se viveu, para o qual é necessário viver o jejum, a fim de se penetrar no mistério da Eucaristia. É necessário jejuar neste tempo de graça especial:

«"O Meu Reino não é questão de alimento e bebida" disse Jesus. Quanto deveriam fazer próprias estas palavras os peregrinos que escolhem as melhores pensões, onde se come bem, fazendo tudo por devoção mas esquecendo o motivo por- que Nossa Senhora está ainda entre nós. Ela atrai-nos a Medjugorje para viver e testemunhar as Suas Mensagens. Maria disse-nos: Ajudai-me, tenho necessidade de ti para atrair quantas mais almas possível ao Meu Coração e ao Coração de Jesus trespassado de amor por vós!

O Jejum é oferta de si, é um doar-se. É como quando te encontras diante do Crucifixo que te atrai e te diz: «Ajuda-me ao menos tu, sou o Amor não compreendido». Então une cada um dos teus sacrifícios ao Seu. Sim, custa-te, mas atira-te e eleva-te a Si. É a verdadeira alegria, paz, amor no teu coração e nos irmãos que partilharam contigo a esperança. Lê-se nos seus olhos que brilham de luz.

Ana Fasano

Retirado do Eco de Maria, Rainha da Paz número 159A - edição portuguesa

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