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Artigo N.º 5981 - Livro Parte 2: O ensinamento ortodoxo sobre os maus espíritos
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Postado em: 18/08/10 às 15:42:07 por: James
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Livro: No Limiar do Fogo Da Geena.

O ensinamento ortodoxo sobre os maus espíritos e o seu julgamento por Deus.

Bispo Aleksandr (Mileant)

Tradução: Vladímir Bresgunov e Larissa Bresgunov Kalinin

Os maus espíritos segundo a Sagrada Escritura

A Sagrada Escritura ensina que além do mundo material visível existe um enorme e diversificado mundo espiritual. Este mundo é tão diferente do nosso e é mais rico que este que nós não estamos em condições de entendê-lo, nem sequer imaginá-lo de modo satisfatório. Apesar disso, o mundo espiritual de divide em duas diferentes esferas de existência que chegam a ser opostas. Uma tem o nome de Céu, que é o reino da Luz, onde Deus revela a Sua glória aos espíritos bem-aventurados. Ali habitam os anjos e as almas dos justos. Outra esfera é o Inferno, o reino da escuridão e do suplício onde sofrem os demônios e as almas dos pecadores. Os demônios, assim como os Anjos não vieram à existência por si mesmos. Apesar de imortais, eles não são eternos, - eterno é só Deus. Muito antes da criação do nosso mundo material Deus criou o mundo espiritual e povoou-o de Anjos, - que eram seres racionais e bons. A eles Ele concedeu as faculdades da racionalidade, livre arbítrio e diversas aptidões, semelhantes às nossas, porém mais perfeitas.

Numa certa época, provavelmente ainda antes da criação do nosso mundo material, aconteceu uma tragédia no universo angélico. Uma parte dos anjos encabeçada por Lúcifer - um dos mais próximos a Deus, saiu da obediência ao Criador e partiu para um motim. O Apóstolo São João descreve assim este acontecimento:


"Houve no céu uma grande batalha: Miguel e os seus Anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com seus anjos pelejava contra ele; porém estes não prevaleceram, nem o seu lugar se encontrou mais no céu. Foi precipitado aquele grande dragão, aquela antiga serpente, que se chama demônio e satanás, que seduz todo o mundo foi precipitado na terra e foram precipitados com ele os seus anjos" (Apoc. 12: 7-9).


O nosso Senhor Jesus Cristo só de passagem menciona este acontecimento com as palavras que Ele viu "satanás cair do céu como um raio" (Luc. 10:18).

Os Apóstolos Pedro e Judas mencionam este fato em poucas palavras, apenas dizendo que alguns anjos não preservaram sua dignidade e abandonaram a moradia a eles destinada. Por isso foram presos na escuridão eterna aguardando o juízo final de Deus (2 Ped. 2:4; Jud. 6).


Observação: A primeira impressão que o leitor deste texto pode ter, é de que o confronto no mundo angélico ocorreu quando a Terra já existia. Considerando porém que o livro da Revelação reúne vários acontecimentos numa só visão, ligando-os não pela seqüência cronológica, mas em torno de uma idéia, pode-se pensar que o quadro apocalíptico mostra não o fato de que a Terra já tinha existido no tempo do afastamento do diabo de Deus, mas que a guerra que ele trava conosco na realidade começou no Céu. Aquela guerra ele perdeu como também perderá a atual, - quando o Senhor virá e o julgará.

Da comparação de várias passagens da Sagrada Escritura segue que a causa do desprendimento de Lúcifer foi o seu orgulho (Eclesiastico 10:1; 1 Tim. 3:16). O profeta Isaías, numa descrição colorida, o apresenta sob a imagem de soberbo déspota pagão:

"Como caíste do céu, ó astro brilhante, que, ao nascer do dia brilhavas? Como caíste por terra, tu, que ferias as nações? Que dizias no teu coração: subirei ao céu, estabelecerei o meu trono acima dos astros de Deus, sentar-me-ei sobre o monte da aliança (situado) aos lados do aquilão. Sobrepujarei a altura das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo. E contudo foste precipitado no inferno, até ao mais profundo dos abismos" (Is. 14:12-15).

Este quadro é completado pelo Profeta Ezequiel com a imagem do orgulhoso rei de Tiro:

"Tu (considerado) o selo da semelhança (de Deus) cheio de sabedoria e perfeito na beleza, tu vivias nas delícias do paraíso de Deus: o teu vestido estava ornado de toda a casta de pedras preciosas: o sárdio, o topázio, o jaspe a crisolita, a cornelina, o berilo, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro, tudo empregado em realçar a tua formosura; e os teus instrumentos músicos foram preparados no dia em que foste criado. Tu eras um querubim que estendia as asas e cobria (o trono de Deus) eu coloquei-te sobre o monte santo de Deus: tu caminhavas no meio das pedras (brilhantes) como o fogo. Tu eras perfeito nos teus caminhos desde o dia da tua criação, até que a iniquidade se achou em ti. Com a multiplicação do teu comércio encheram-se as tuas entranhas de iniquidade e caíste no pecado; eu lancei-te fora do monte de Deus e te exterminei, ó querubim, que cobrias (o trono) no meio das pedras como o fogo. O teu coração se elevou no teu esplendor; perdeste a tua sabedoria por causa do teu brilho por isso te lancei por terra e te expus diante da face dos reis para que eles te contemplassem" (Ezeq. 28:12-18).

Assim, um dos mais elevados anjos, portador da Luz Divina desprendeu-se por orgulho da Fonte e tornou-se o negrume e o propagador das trevas. Querendo igualar-se a seu Criador, apropriar-se da Sua glória e poder, ele tão somente mostrou a sua nulidade e ingratidão. Já que ele é incapaz de oferecer algo de verdadeiro valor aos outros, fez da mentira a sua principal arma para desencaminhar. Assim, a mentira tornou-se a sua essência. Tudo o que ele diz, faz e promete - é mentira deslavada, se bem que às vezes é disfarçada habilmente para parecer verossímil. Pelo fato de ele sempre mentir, a Sagrada Escritura denominou-o "satanás"- palavra que em hebraico quer dizer "caluniador." Na língua grega o equivalente é "diávol." Outros nomes atribuídos a ele são: serpente, dragão, belzebu, beliar, príncipe das trevas, príncipe dos demônios, inimigo, príncipe deste mundo, inimigo do gênero humano, o pérfido, e outros semelhantes, indicando a crueldade e a perniciosidade da sua ação. Os anjos que o seguiram a Escritura chama de demônios, de impuros e de maus espíritos.

Tendo perdido o acesso ao Céu, o diabo concentrou toda sua atenção no gênero humano - que foi criado puro e inocente. O terceiro capítulo do livro da Gênese traz os detalhes da sedução dos primeiros seres. Percebendo que Eva será mais maleável do que Adão, o diabo dirige-se propositadamente a ela com a sua pergunta capciosa:: "Por que vos mandou Deus que não comêsseis de toda árvore do paraíso?" Eva, sem perceber a malícia da pergunta assim formulada, explica ao tentador o que é permitido e o que é vedado para seu uso. Já que o diabo certificou-se ter encontrado em Eva um interlocutor loquaz e ingênuo, começa a tentar induzi-la a mudar de opinião. Ele explica que Deus os proibiu de comer da árvore do conhecimento do Bem e do Mal por inveja e se eles seguirem o seu conselho, tornar-se-ão iguais aos deuses conhecendo todos os mistérios. Conseguindo levar Eva a desobedecer ao mandamento de Deus, agora, o diabo já com sua ajuda, seduz também a Adão. Assim, o diabo atinge a natureza humana com o veneno mortal do pecado. Apontando este trágico momento na vida de nossos ancestrais, o Salvador chama o diabo de "homicida desde o princípio" (João 8:44).

Ao pecar, os seres humanos privaram-se da alegria da permanência junto a Deus e da possibilidade de habitar no Éden. O equilíbrio entre as suas forças espirituais e físicas foi prejudicado, eles tornaram-se moralmente débeis e inclinados para o pecado. E sendo pecadores eles perderam o acesso à árvore da Vida, tornando-se mortais. O autor do livro "Sabedoria" vê no diabo a causa inicial de todas as desgraças que abateram-se sobre o gênero humano:

".... Deus criou o homem imortal, e o fez à sua imagem e semelhança. Mas por inveja do demônio, entrou no mundo a morte" (Sabed. 2;23-24).

Ferindo com seu ferrão mortífero os seres humanos ingênuos a serpente cantou vitória. Mas o Senhor prediz a ela que a guerra que o diabo começou não estava finda, - pelo contrário, - apenas iniciava-se.

"Porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao seu calcanhar" (Gen. 3:15).

Esta notável predição determinou a ulterior história do gênero humano, que apresenta na sua essência a guerra entre o espírito aliciador e os homens que procuram Deus. No sentido mais restrito, esta previsão cumpriu-se quando o Senhor Jesus Cristo padecendo na Cruz (sofrendo picada no calcanhar), destruiu a cabeça do antigo dragão. Naquela hora na Cruz o Senhor "despojando os principados e potestades (do reino das trevas) levou-os (cativos) gloriosamente, triunfando em público deles em Si mesmo" (Col. 2:15). No sentido mais amplo, esta profecia se realiza também na vida de cada cristão, quando ele, armado com a força de Cristo, rechaça o tentador (Luc.10:19), apesar de que às vezes a exemplo do próprio Cristo, é sujeito a sofrimentos físicos. As ulteriores narrativas do Antigo Testamento falam pouco do diabo, mas assim mesmo elas retratam-no como um astuto sedutor e semeador do Mal de toda espécie.

Assim, pela sua obra o justo Jó foi acometido por chagas purulentas da cabeça aos pés. (Jó. 1: 6-22); ele dominou o rei Saul e atormentava-o (Reis 16:14-15). O diabo insinuou a Davi a idéia vaidosa de fazer o senso de seu povo (1 Crôn. 21:1). O demônio Asmodeu matava os maridos de Sara, filha de Raguel (Tob. 3:8). Com os mesmos traços de inveja, astúcia e malícia o mau espírito é apresentado no livro dos Reis (Portug.: Crôn. 18:20-22) e no livro do Profeta Zacarias (Zac. 3:1-2).

Levando em conta a religiosidade natural dos seres humanos, o diabo procura pervetê-la, dirigindo-a para o lado das superstições e das aberrações no campo espiritual. Foi ele quem os ensinou a adorar como deuses falsos as forças da natureza, os astros, os planetas, heróis mitológicos, animais e monstros, ou seja, tudo o que poderia excitar a imaginação do homem primitivo. Obscurecidos pelas superstições, os pagãos não se davam conta de que com o endeusamento de objetos eles alegravam os demônios que aceitavam esta adoração como se lhes fosse dirigida (Deut. 32: 17; Cor. 10:20).

 

Os Maus Espíritos Segundo o Novo Testamento

A propagação da idolatria e das mais variadas superstições na época do Nascimento de Cristo contribuiu para a abundância dos maus espíritos no meio da sociedade humana. Como sinal externo desta abundância serve o fato do surgimento de grande número de endemoninhados - de pessoas possuídas por maus espíritos. Ao vir ao nosso mundo por compaixão aos seres humanos, o Senhor Jesus Cristo em primeiro lugar passou a livrá-los da subjugação pelo diabo. (Mat. 12:24-29; 1 João. 3:8; Hebr. 2:14). Nas páginas do Evangelho o leitor achará numerosos casos de cura dos endemoninhados (Mat. 4:24; 8:16; 9:31; Marc. 17:14-21; Luc. 4:41; 8:2; 11:4). Com mais detalhes do que os outros são descritos os casos de cura do jovem em poder do demônio (Mat. 8:28-34; Marc. 5:1-19). O último caso é mais notável porque o homem era habitado não por um único demônio, mas por uma legião inteira, ou seja um número enorme.

Um estudo atento das narrações evangélicas sobre a cura dos endemoninhados convence-nos de que não se trata de epilepsia ou de outras enfermidades do sistema nervoso, mas da expulsão de seres absolutamente reais apesar de invisíveis, seres estes consciosamente maus que deliciam-se em torturar os outros.

Para demonstrar aos que possam ter alguma dúvida, toda a crueldade dos demônios, o Senhor permitiu-lhes mudar-se para os porcos que pastavam por perto e a multidão pasmada viu como a enorme vara de porcos endemoninhados correu para um despenhadeiro e precipitou-se ao lago (Marc. 5:13). Já este único fato da migração de espíritos de um ser para o outro exclui totalmente qualquer doença psíquica comum. Ao ler o Evangelho e outras narrativas sobre a expulsão de demônios aparece um número de determinados sintomas de endemoninhamento. Em primeiro lugar, os endemoninhados demonstram uma reação negativa específica a tudo o que é Sagrado e Divino. Assim, por exemplo, ao ver Cristo, eles foram acometidos por convulsões. Muitas vezes os demônios refugiados no infeliz, reconheceram em Cristo o Filho de Deus e pela boca do endemoninhado imploraram-no a postergar a punição e não mandá-los para o inferno. Nesta ocasião a voz do endemoninhado tornava-se não natural, não humana. Aos que assistiam a isso era óbvio que quem falava não era o homem, mas alguém que fazia isso por ele. Imediatamente após a expulsão do demônio, os endemoninhados voltavam ao normal e todos os sintomas desapareciam sem deixar vestígios. Estes mesmos sintomas podem ser observados nas vítimas também atualmente. Portanto, se os cépticos não querem acreditar em milagres, - pelo menos, que cheguem à conclusão de que realmente existe o mundo espiritual.

Mais tarde nós voltaremos ao tema do endemoninhamento.

 

A expulsão dos demônios pelos Apóstolos

Preparando os Seus discípulos para a futura missão de pregar ao mundo, o Senhor também os incumbiu de proceder com a obra da libertação dos homens da subjugação pelo diabo: "começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos, para expulsá-los" (Mat. 10:1; Luc. 9:1; Marc. 6:7). Os Apóstolos não esperavam que os espíritos impuros obedecessem resignadamente à sua palavra e por isso na sua volta contaram ao Salvador com alegria: "Senhor, até os demônios nos se submetem em virtude do Teu nome" (Luc. 10:17). Então, ainda com maior clareza o Senhor confirmou que os encarregou de afugentar toda força impura vinda do além. "Eis que vos dei poder de caminhar impunemente sobre serpentes e escorpiões, e (vencer) toda a força do inimigo, nada vos fará dano" (Luc. 10:19). Antes da Sua ascensão ao Céu o Senhor adiantou que o sinal distintivo da Igreja será o poder de calcar a força diabólica: "Eis os milagres que acompanharão os que crêem: Expulsarão os demônios em Meu nome..." (Marc. 16:17).

Realmente, a divulgação do Evangelho como regra foi acompanhada pela expulsão dos espíritos impuros. O livro dos Atos dos Apóstolos torna conhecidos casos de cura dos endemoninhados pelos Apóstolos Pedro (Atos 5:16); Apóstolo Felipe - quando "espíritos imundos saiam dando grandes gritos" (Atos 8:7) e também pelo Apóstolo Paulo, que "expulsou o espírito profetizador de uma jovem" (Atos 16:16-18). Às vezes a graça Divina se manifestava em tal abundância que bastava somente tocar os possessos com objetos pertencentes ao Apóstolo Paulo para que os demônios abandonassem os doentes (Atos 19:12).

Desde o tempo dos Apóstolos as preces dirigidas contra os demônios tornaram-se partes obrigatórias do sacramento do Batismo. Apesar do Senhor Jesus Cristo ter vencido o príncipe das trevas, retirado o seu poder sobre os seres humanos e outorgado à Igreja grande força para lutar contra ele e seus espíritos imundos, deve-se ter em mente que até a hora do Juízo Final por Deus, estes espíritos impuros vão representar para nós um perigo grande e permanente. Por esta razão o Senhor Jesus Cristo ensinou-nos sempre a pedir a Deus "não nos deixai cair em tentação, mas livrai nos do mau." O Apóstolo Pedro exorta: "Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor, como um leão que ruge, buscando a quem devorar" (1 Ped. 5:8).

Depois de enxotados do Céu, o diabo e seus demônios concentraram toda sua atividade no nosso âmbito - na assim chamada "esfera aérea." Pessoas que se contrapõem à fé cristã ou que levam uma vida pecaminosa o diabo considera como seus súditos e os aproveita na luta contra a Igreja. Segundo as palavras do Apóstolo, essas pessoas vivem "segundo o príncipe que exerce poder sobre este ar, espirito que agora domina sobre os filhos da incredulidade" (Efes. 2:2).

Vamos agora submeter a um exame mais detalhado o modo do diabo agir entre os seres humanos e os métodos que ele usa. Em particular, falaremos sobre o endemoninhamento e a possessão, sobre os métodos de sedução e o jeito de escravizar por meio do ocultismo e da magia.

 

Continua na parte 3

 


Fonte: http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/
evil_spirits_p.htm



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